Querida, meu amor, Apenas esta palavra poderá, Um dia, Ter valor: Querida!
Querida, meu amor, Será que esta noite tu escutarás...? Tu escutarás...? Ó...por favor, Tu me escutarás...?
Amar-te, amar-te, amar-te... Meu Deus será verdade? Amar-te... para a eternidade... Hum... eternidade... Nada mais há assim, Como a força que me vem de mim...
Querida, meu amor, Será que esta noite tu escutarás...? Tu escutarás...? Ó...por favor, Tu me escutarás...?
Eu venho, eu venho, eu venho-me Em sonhos de prazer, Onde te vejo vir, Onde viver É caminho a seguir... Oh... eu amo-te...
Eu amo, eu amo, eu amo-te, Meu Deus será verdade? Será para a eternidade? Como poder saber A sorte que me irá caber...?
Querida, meu amor, Será que esta noite tu escutarás...? Tu escutarás...? Ó...por favor, Tu me escutarás...?
Querida... Eu venho, eu venho, eu venho-me Ooh... dentro de ti, Quando te vejo vir... Oh... eu venho... Venho... Venho... Oh... ooooh... oh... ooohhhh.... Eu venho-me...
Gil Saraiva
Nota: Letra para a Banda de garagem “Rock Spot Alive” (anos 80).
Sempre que entro no Facebook ou Num canal de chat, Repleto de alcunhas, Nicks ou pseudónimos, Em que a tela flui Como a corrente de um rio eu Lembro os tempos Em que "computador" Era uma palavra complicada...
Quando para falar Com o outro lado do mundo Era preciso olhar bem Para o dinheiro disponível na carteira Como quem olha para o fundo de um poço Procurando descobrir Onde se encontra A linha de água E fazer contas aos segundos Que matariam milhões De atlânticas ou indicas Saudades...
Longe vai o Homem... Quando o horizonte se conquista Nos limites do desconhecido...
Quando um sorriso Se transmite Pelo mundo Anunciando que a distância Existe apenas Se quisermos...
No retângulo verde de um estádio O sibilar de um apito faz-se ouvir, Dá a volta ao mundo, Por satélite, Nas ondas do éter de uma rádio, Em páginas de internet sem ter fim…
O jogo, seja ele qual for, é emoção Para quem veste a camisola das equipas. Chamam-lhe futebol, Desporto rei, Imitam-no os catraios pelas ruas, Tem regras, Árbitros e lei, Não tem raça, não tem credo, Nem tem filosofia.
São os novos gladiadores do nosso mundo, Num circo máximo sem Roma, Nem romanos, Representam terras, vilas e cidades, Nações, povos, países, continentes, Fazem girar milhões na economia, E nascer, nos adeptos, Tristeza ou alegria.
O jogo existe para que o povo vibre, Esquecendo impostos, Taxas, fome, stress e agonia, Esquecendo a luta árdua E crua do trabalho, Esquecendo doenças, Mortes e injustiças. O jogo é mesmo assim, mas afinal, Qual vício que nos consome o ser, Nem damos conta de que o jogo É apenas um jogo e nada mais.
As Divagações Quase Líricas são desabafos simplistas deste ser vagabundo que me invade o ego em dias de um quotidiano sem inspirações de elevado gabarito, escritas sem quaisquer preocupações de estilo ou de forma, num ocasional pedacinho de papel que se apanha à mão, sem requintes estilísticos ou de um outro género que exija uma preocupação mais elaborada. Não há poeta que não as escreva. Porém, poucos são aqueles que guardam estes registos obscuros, que lhe mancham a reputação e lhes põem em causa o plectro, o estro e toda a sua poesia.
Contudo, este divagar despreocupado, espelha sem preconceitos a matriz mundana de quem os inscreve nos seus textos, registando estes devaneios sem se preocupar com rótulos de mediocridade ou de incompetência poética. Afinal, tratam-se somente de apontamentos de um prato que em vez de confecionado e testado acabou por se bastar a si mesmo, no momento em que foi escrito, sem querer servir outros propósitos mais ou menos eruditos.
A todos os que se derem ao trabalho de ler estas Divagações Quase Líricas pede-se que as entendam como momentos de espontaneidade simples e sem objetivos ou aspirações de índole poética.