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Estro

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: Esperando - XXIII

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    XXIII

 

"ESPERANDO"

 

O ar calmo, a voz pouco expressiva;

Uma ausência de gestos delib´rados;

Uns olhos francos e apaixonados,

Neste olhar sombrio que deriva

 

Nas margens d’ imaginação cativa,

Amordaçada nuns seios cansados,

Num corpo de desejos recalcados,

Esperando de forma apreensiva

 

O minuto p’ra noite se entregar.

Esperando essa noite p’ra sentir,

Dentro deste meu ser, desabrochar

 

O prazer que fingia já dormir,

Mas que implorava sempre o acordar!

O ar calmo, mas a voz sem poder rir…

 

Ariana Telles

 

 

 

Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: Jamais - XXII

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  XXII

 

"JAMAIS"

 

Não! Jamais! Nunca eu vou poder olhar

Esses teus olhos raros de cristal

Que devagar, cristalizando o mal,

Só buscam o prazer em se vingar!

 

Não! Jamais os teus lábios vou beijar,

Porque te sinto frio, glacial,

Completamente hermético e fatal,

Apenas me tentando magoar!

 

Tu olhas p’la janela e nada vês.

Pensas em amar só por seres amado.

Tens as perguntas, não tens os porquês.

 

Só procuras viver e saciado

Só fazes o que alguém também já fez;

Só queres esperar, por seres esperado!

 

Ariana Telles

 

 

 

Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: Penso em Ti - XXI

Penso em Ti.jpg

       XXI

 

"PENSO EM TI"

 

Macios, teus cabelos são de Sol,

Janela aberta ao vento sorridente.

Penso em si, quando a mão me fica quente,

Porque entre os teus cabelos talvez role.

 

E a voz, que nada tem de rouxinol,

Vem sensual, qual trago de aguardente,

De um modo rouco me afetar a mente.

Erva daninha em pé de girassol.

 

Contrasta o cavalheiro p’la rudeza

Desse riso matreiro tão impuro,

Qual salto magistral, transpondo o muro,

 

Num corpo que respira natureza.

Penso em ti, no que és, amigo, ardina,

Suspiros de querer ser tua sina…

 

Ariana Telles

 

 

 

Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: Força Triunfante - XX

Força Triunfante.jpg

            XX

 

"FORÇA TRIUNFANTE"

 

Homem, que esbeltos são os teus cabelos

Nesse rosto caindo rudemente,

Realçam-te o sorriso ternamente

Emanado de teus lábios singelos.

 

Tens nesse porte provocantes elos,

Braços que quero meus, sou suplicante,

Pois nos teus olhos sinto o penetrante

Olhar fatal, que me arrepia ao vê-los.

 

Tens tu nessa epiderme bronze-rosa,

Aquele corpo de seda, em brasa ardendo,

Numa ânsia de posse misteriosa

 

Que vai meu corpo, aos poucos, envolvendo.

Ó força triunfante, poderosa,

Funde-te, mesmo em mim, me absorvendo!

 

Ariaa Telles

 

 

 

Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: Adeus Mundo - XIX

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       XIX

 

"ADEUS MUNDO”

 

O Comboio vem perto, está chegando.

Eu entro. Sem saudades, vou partir.

P´ra mim nem tempo há p’ra refletir,

Agora que o fim vem se aproximando.

 

A máquina, p’la linha, caminhando,

Como eu, vai-se embora sem sorrir

E, como eu, parece não sentir

Os trilhos prateados terminando.

 

Eu fiquei assim de alma enegrecida,

Já não vejo beleza num poente.

Chegou agora a minha despedida.

 

Não sinto, em minha cara, o Sol ardente.

Eu já não vejo, em mim, sinal de vida.

Adeus mundo infeliz que me não sente!

 

Ariana Telles

 

 

 

Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: Terramoto - XVIII

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     XVIII

 

"TERRAMOTO!"

 

Tremeu Petrinja, ao pé da capital,

A Croácia tremeu, sem piedade!

O terramoto abala a humanidade,

A todos mata de maneira igual,

 

Porque a morte não escolhe ideal!

Foi completo o caos em toda a cidade,

A todos abala a calamidade

Ninguém está vacinado contra o mal.

 

O terramoto foi devastador,

Mais uma vez, algures, ele se deu

Gerando o medo, criando o pavor,

 

Porque, em agonia, a Terra tremeu.

Mas solidário foi o povo unido

Aquele que jamais será vencido!

 

Ariana Telles

 

 

 

Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: Miúdo - XVII

Miúdo.jpg

  XVII

 

"MIÚDO"

 

Tão sozinho, descalço, descontente,

Com meros farrapos tristes, anda

Miúdo honesto, lindo, inocente,

Um senhor na rua, que comanda.

 

Ele aprende a fugir de banda em banda

E de pedra na mão é um valente.

Só tem é medo de ficar doente,

Que doença na rua não abranda.

 

Mas, tivesse ele tido pais p’ra amar,

Um bom filho seria esse garoto.

Assim… só, pelas ruas, ao luar,

 

Entre uma escarradela e um arroto,

Sem sequer ter família, casa ou lar

Um pobre órfão descalço foge roto!

 

Ariana Telles

 

 

 

Livro de Poesia - Sortilégio Tropical: O Teu Natal - XXV

O Teu Natal.jpg

      XXV

 

"O TEU NATAL"

 

Hoje é Natal, Natal na minha vida.

Tocam os sinos p’la minha alma fora...

E em cada canto do meu ser, agora,

Tudo vibra sem conta nem medida!...

 

É Natal! É Natal porque é nascida,

Do ventre desse Amor, a nova aurora,

Filha de nós os dois, pequena amora,

Fruto de louca noite, sem dormida...

 

Hoje é Natal! O teu Natal Diana!

E em lágrimas de riso choro amor...

Hoje é Natal, é vida feita flor...

 

Tem a minha alma nova soberana.

Temos os dois o bem mais desejado:

A Taça da Vitória, um El Dourado...

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: A Última Loucura - XVI

A Última Loucura.jpg

           XVI

 

“A ÚLTIMA LOUCURA” 

 

Meu Deus! Será que desta vez sarei?

Durante tantos dias tão doente

Na cama, no hospital, ou fria ou quente,

E tantas dores no corpo. Já nem sei!

 

Mas? Será mesmo noite ou eu ceguei?

Por onde anda metida toda a gente?

Que cama tão pequena e está dif’rente.

Ah! Esquecer não vou como acordei!

 

Mas… tábuas? Tábuas me cercando o leito?

E o que é isto? Flores no meu peito?

E o que faço de roupa acetinada?

 

Meu Deus! Isto é um sonho ou é loucura?

E enquanto sucumbia apavorada

Conhecia o terror na sepultura!

 

Ariana Telles

 

 

 

Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: Fadista - XV

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     XV

 

"FADISTA"

 

Fadista, amigo, o teu cantar não mente.

Tu cantas o destino, triste fado

Do povo, desta terra, desta gente

De coração doente e confinado.

 

Tu cantas um cantar tão confidente,

Que parece ser voz do acamado,

De quem no hospital está doente

Julgando o vírus paga de um pecado.

 

Só tu sentes a dor, a emoção,

Esse sofrer de quem já não tem pão.

Só tu sabes que a vida é um cantar

 

Que nesta pandemia não sorri,

Porque o vírus não sabe entoar,

Neste mundo, sequer um dó-ré-mi.

 

Ariana Telles

 

 

 

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