Livro de Poesia - A Exoração do Postremo: Porque Eu Ventre Não Tenho - XIII
XIII
"PORQUE EU VENTRE NÃO TENHO”
Meus versos, meu amor,
São como um ventre que te anseia,
Mas é bizarro porque não tenho ventre…
Já é difícil suportar o inverno,
Que meus ossos, quer gelar,
Mas bem pior é sentir a tua ausência,
É um morrer,
É um saber que vou sofrer sem ti…
Afinal, é difícil dizer não à solidão,
Que comigo quer viver;
Ao desespero
Que comigo quer morar;
À sorte
Que também me quer esquecer;
À vida
Que me quer abandonar!
Eu sei
Que sem ti não sei viver,
Sem ti
Eu vou por certo sufocar!
Meus versos, meu amor,
São como um ventre que te anseia,
Mas é bizarro
Porque eu ventre não tenho…
Será que te sinto em mim
E quero teu ventre
Para poder escrever o verso apaixonado?
Gil Saraiva