Livro de Poesia - Crença em um Fanal na Chona Lôbrega: Sorrindo - V
V
"SORRINDO"
Senhor da bruma,
Sou como peça gasta e sem valor
Num imenso jogo universal.
Nada mais sou!
Apenas isso que escrevo e nada mais.
A vida é como um jogo,
Num gigantesco tabuleiro de xadrez.
O existir é complicado,
Problemático,
Uma imensa arquitetura
De jogadas
Cujos resultados
Demoram a ser vistos...
No final,
Ganhará quem melhor souber
Mexer as peças,
Quem soube prever e antever,
Quem teve visão!
Ou sorte, porque não,
Isso acontece…
Ninguém quer apenas sobreviver,
Sem qualidade de vida,
Em solidão,
Excluído do convívio
Dos outros seres humanos.
Todos procuram manter
A saúde, algum conforto
E o amor dos que lhes são mais próximos.
Para se vencer esta guerra
Contra o óbito,
Não é a vida eterna
Que ambiciona
Mas sim, enquanto se existir,
Manter na vida
A qualidade do ser e estar
Até um dia,
Finalmente,
Chegar a hora da partida.
O prémio,
Esse,
É morrer sorrindo!
Gil Saraiva