Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: Nada! - II
II
"NADA!"
Ai! Como doi sentir indiferença…
Não ver no teu olhar o amor puro…
Pensar que o presente é sem futuro,
Pois para ti eu sou como a doença
Que te importa curar, antes que vença.
Ai! Como doi não te sentir seguro,
Fugindo, assim de mim, como do escuro,
Como, se em vez de amor, fosse eu sentença.
Ai! Como doi amar-te mesmo assim.
Porque não posso eu fechar a dor
Como fonte onde a água chega ao fim?
Ai! Como doi não ter o teu amor.
Ai! Como doi minha alma abandonada
Que um dia teve tudo e agora nada!
Ariana Telles