Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: A Mão Estendida - XIII
XIII
"A MÃO ESTENDIDA"
Querer chorar a dor que vem veloz
No meu peito partido, que se ofende,
Que a cada queixa tua se transcende
Em mágoa e dor, em sofrimento atroz:
É q’rer dizer que te amo e não ter voz,
Porque a revolta tua a fala prende
Dentro de mim o grito que se rende
Aos gritos teus que já não gritam nós!
Dizer que em teu olhar eu vejo ainda
O brilho que me dá força, coragem,
Para tentar chegar à outra margem
Onde agora te encontras alma infinda,
É tu e eu e nós sermos a vida,
É poder dar-te a mão, a mão estendida!
Ariana Telles