Livro de Poesia - Estrigas do Dilúculo dos Lamentos: Adeus Mãe - XI
XI
"ADEUS MÃE"
São as chagas de Cristo em cada palma,
Soluços que o meu peito não contém...
Flagelos mais de mil, aqui... além...
São lágrimas de fogo em noite calma!
São farrapos dispersos da minha alma,
Que parecem morrer com minha mãe...
Recordações, saudades, sei lá bem...
São como as roxas malhas de uma talma,
Quais sombras de mistério... vago fumo...
Folhas seguindo o vento, neste outono
Rolando pelo chão. Um fim de um sono
De quem velou por mim e me deu rumo!...
Chora-me o ser... por fim, grita-me a boca
Uns sons, que já não saem da voz rouca.
Gil Saraiva