Livro de Poesia - Estrigas do Dilúculo dos Lamentos: Para Ti... - XXXII
XXXII
"PARA TI…"
Para ti que não me ouves e me lês
É simples o que eu digo, conto ou sinto,
É bem claro o que escrevo, falo, pinto,
Em sonetos de puro português...
Para ti que jamais, nunca, me vês,
Nas entrelinhas lendo o que pressinto,
É tão fácil saber quando minto,
E até, talvez, conheças os porquês...
A ti, leitor, da minha Poesia,
Uma verdade tenho a revelar:
Na voz não tenho o tom de uma alegria,
Nos olhos minhas lágrimas são mar...
E desta boca saem sons dispersos;
Palavras gaguejadas... são meus versos!...
Gil Saraiva