Livro de Poesia - Melopeias Róridas Entre Armila e Umbra: Vem Cá, Amor - IV
IV
"VEM CÁ, AMOR”
Vem cá, amor.
Tu conheces-me bem, eu estarei aqui.
Deixa que o nosso amor veja a luz do dia.
Tu sabes que eu jamais fugirei de ti,
Entendes que és a fonte da minha alegria.
Olá, amor.
Sou eu mais uma vez a insistir.
Eu sei que Cronos e Morfeu saíram juntos,
Levando Vénus e Cupido para a festa, à boleia,
E que o tempo simplesmente adormeceu.
Vá lá, amor,
Dá tempo ao tempo para que ele acorde,
Espera um pouco que se afaste de Morfeu.
Se o tempo parou nesse momento
Ainda temos tempo para tentar de novo.
Amar, amor,
É como correr, sorrindo, a maratona,
É preciso energia para não parar,
As dores da corrida vão desaparecer
E a meta podemos atingir juntos, os dois.
Vem cá, amor.
Tu conheces-me bem, eu estarei aqui.
Deixa que o nosso amor veja a luz do dia.
Tu sabes que eu jamais fugirei de ti,
Entendes que és a fonte da minha alegria.
Lutar, amor,
Temos de ser ambos contra a pandemia,
Reacendendo a chama da nossa paixão,
Que o distanciamento não vai triunfar,
Se juntos estivermos nesta guerra fria.
Sabes, amor,
A confiança cega que eu tenho em nós?
Vamos experimentar de novo prosseguir na vida,
De mão dada seguir rumo ao por-do-sol,
Para entrarmos na noite com os corpos nus.
Já está, amor,
Cúpido e Vénus esperam, por nós, lá fora,
Não se desperdiça amor por aquela palha,
Orgulho, teimosia, lágrima ou mania,
Nada pode ditar, à toa, o nosso fim.
Vem cá, amor.
Tu conheces-me bem, eu estarei aqui.
Deixa que o nosso amor veja a luz do dia.
Tu sabes que eu jamais fugirei de ti,
Entendes que és a fonte da minha alegria.
Vem já, amor!
Gil Saraiva