Livro de Poesia - O Donaire do Proterótipo Ordinário: Balada da Cara Metade - XII
XII
"BALADA DA CARA METADE”
(Cantar com a música da “Canção do cigano” de Alberto Ribeiro)
Ninguém me falou de ti,
Procurei-te com fervor,
Cara metade eu vivi
Na busca do teu amor.
Lá chegou aquele dia
Em que, por fim, te encontrei.
Tu não sabes da alegria,
Nem de tudo o que eu passei.
Onde estavas minha amada?
Que tanto tempo levei
A bater na porta errada
Ah! Até que, um dia, entrei.
Nunca te vi à janela.
Jamais me cruzei contigo.
Foste oculta Cinderela
Escondida num abrigo.
Foi um dia, por acaso,
Aquele em que eu te encontrei,
Disseste: “- Nunca me caso!”
Mas contigo eu me casei.
Eras tu minha outra face,
Ficou meu rosto feliz.
Tinhas o porte e a classe,
Tinhas o que eu sempre quis.
Ó mulher, mulher paixão,
Tu és a minha verdade.
És face desta união,
És minha cara metade!
Gil Saraiva
Nota: Letra para a Banda de bairro “Ecos da Cidade” (últimos 20 anos).