Livro de Poesia - Os Anexins de um Vate Sólito: Paleta - XVI
XVI
“PALETA”
Sempre que um pintor pinta uma aguarela
Na transparência vê a forma e traço.
Se um arco representa, rosa, um laço,
Um borrão, mais além, parece estrela…
Pintando, deste modo, moça bela,
Se o cinza de um varão recorda o aço
Qual é o tom a dar a um abraço?
Como tornar a moça mais singela?
Que cor dar ao sorriso de que ama,
Enquanto, ali, sorri tão ternamente?
Como meter na tela o que na mente
Lhe parece o brilhar que a vida emana?
Na paleta do amor pincel é calma,
Chama, que a cada gesto espelha a alma!
Gil Saraiva