Livro de Poesia - Sintra-me : XXXIII - Pena Infinita
XXXIII
“PENA INFINITA”
Que mais posso dizer sobre este amor?
Adjetivar o quê que falte ainda?
A poesia eu já darei por finda
Ou falta-me algo mais para a compor?
Falar, talvez, da alma e em louvor
De como, em mim, ela é sempre bem-vinda,
Gritar pelos pulmões que é bela e linda
Ou dar palestras nobres do fulgor
De como sou amado, em cada dia,
Talvez... dizer, em verso, que é divina,
Quanto tem de selvagem e menina,
Como sem ela morre a poesia.
Sim, porque, enquanto a amar, minha alma grita
P'la tinta desta pena infinita!
Gil Saraiva