Livro de Poesia - A Exoração do Postremo: A Exoração dos Postremos - XI
XI
"A EXORAÇÃO DOS POSTREMOS"
Há quem lhe chame a súplica dos derradeiros,
Outros preferem o grito dos últimos,
Mas todos se referem à pandemia.
A este combate sem as armas dos Senhores da Guerra,
Tão mundial como outras já passadas,
Que mata a eito,
Sem respeito
Por quem só quer viver em paz.
A Grande Terceira começou,
Não quer parar,
E ainda não parou…
Pode não ser a última
Ou nem mesmo a derradeira,
Do milénio é a primeira,
Amarga, selvagem, fatal,
Mata, infeta é traiçoeira.
E foi nascer num Natal,
Qual Anticristo safado,
De natureza viral
Que adora a confusão
De destruir em pecado.
Chegou a grande Terceira,
Horrível, fria, abafada,
Virológica maneira
De atacar, com agonia,
A Terra já gasta, usada,
Com a mortal pandemia,
Gerando o caos, confusão.
A muitos tirando o pão,
A outros a vida inteira…
Chegou sinistra, oculta, grosseira,
A enorme e a Terceira
Grande Guerra sem Fronteira
Fatalmente humanizada,
Obrigando gente infetada,
A lutar amargamente, sem futuro, nem presente,
Mil batalhas desiguais,
Deixando a Terra sem nada,
Filhos sem avós ou pais,
Num terror sem explicação,
Sem amor, sem compaixão.
Esta é a exoração dos postremos,
Há quem lhe chame a súplica dos derradeiros,
Outros preferem o grito dos últimos,
Mas todos se referem à pandemia!
A Terceira Grande Guerra Mundial ainda não acabou
Mais de dois milhões matou,
E ainda agora começou…
Gil Saraiva