XLV
"O ÚLTIMO ADEUS"
Eu sei que para ti nada mais sou.
Amor, eu para sempre te perdi.
Adeus! Pois sei que só te tive, a ti,
Enquanto esse outro homem não voltou.
Ah! Como agora tudo em ti mudou
E como nestes dias eu sofri,
Perdido de mim mesmo, eu já morri,
Pois não me ama mais quem já me amou!
Eu não te quero mais antiga amada,
Porque nesse universo há outra vida.
Desculpa-me esta minha despedida,
Adeus, menina, adeus, não resta nada!
Só me falta implorar, pedir a Deus,
Que me faça esquecer o último adeus.
Gil Saraiva
XIX
"ADEUS MUNDO”
O Comboio vem perto, está chegando.
Eu entro. Sem saudades, vou partir.
P´ra mim nem tempo há p’ra refletir,
Agora que o fim vem se aproximando.
A máquina, p’la linha, caminhando,
Como eu, vai-se embora sem sorrir
E, como eu, parece não sentir
Os trilhos prateados terminando.
Eu fiquei assim de alma enegrecida,
Já não vejo beleza num poente.
Chegou agora a minha despedida.
Não sinto, em minha cara, o Sol ardente.
Eu já não vejo, em mim, sinal de vida.
Adeus mundo infeliz que me não sente!
Ariana Telles
V
"ADEUS HERÓIS DO MAR"
Adeus heróis do mar
Das armas e barões já reformados
Adeus a todos vós
Que edificaram este reino que um dia foi Timor
Adeus ó nobre povo, de quem um dia herdamos
A força, a valentia, a resistência
Faz muitos anos que da dor fazemos pão
Desde o dia da vossa despedida
Que somos caça de um vil invasor
Somos gente de paz
Mas a voz heróis do mar
Pedimos hoje que com esplendor
Levanteis de novo a nossa hoje triste
Terra de Timor
Ó heróis do mar
Pois foi de vós
Que a palavra saudade
A nós chegou
E que saudades de vós
Heróis do mar
E que saudades de vós
Heróis do mar
Adeus a todos vós
Que edificaram este reino
Que um dia foi Timor
Adeus ó nobre povo,
De quem um dia herdamos
A força, a valentia, a resistência
Ó heróis do mar
Pois foi de vós
Que a palavra saudade
A nós chegou
E que saudades de vós
Heróis do mar
E que saudades de vós
Heróis do mar
Ó heróis do mar
Pois foi de vós
Que a palavra saudade
A nós chegou
E que saudades de vós
Heróis do mar
E que saudades de vós
Heróis do mar
Gil Saraiva
Nota: Letra escrita para a banda algarvia Íris – Um Disco de Prata e dois de Ouro. Produção: Vidisco.
XI
"ADEUS MÃE"
São as chagas de Cristo em cada palma,
Soluços que o meu peito não contém...
Flagelos mais de mil, aqui... além...
São lágrimas de fogo em noite calma!
São farrapos dispersos da minha alma,
Que parecem morrer com minha mãe...
Recordações, saudades, sei lá bem...
São como as roxas malhas de uma talma,
Quais sombras de mistério... vago fumo...
Folhas seguindo o vento, neste outono
Rolando pelo chão. Um fim de um sono
De quem velou por mim e me deu rumo!...
Chora-me o ser... por fim, grita-me a boca
Uns sons, que já não saem da voz rouca.
Gil Saraiva