XLII
"ALÉM DA MORTE"
Eu amo-te, Ah!... Como eu te amo vida,
Luz, alma gémea, em mim redescoberta,
Tu és o rosto azul, na sala aberta,
Ao Sol que da janela, de fugida,
Te torna mundo, terra agradecida,
Por seres nascente, fonte, na deserta
Planície de mim, por ti desperta,
Qual Primavera solta, ao ar florida!...
Eu te amo, meu amor, flor encantada,
Perfume que o meu ser à força quer,
Deus, que por Deus, de mim, fará mulher,
Para tornar minha alma apaixonada!
Tu és o meu cometa, a minha sorte,
E neste verso, és meu... além da Morte!
Ariana Telles
(entre cá e lá...)
XXXIV
"ALÉM DA MORTE"
Eu amo-te, Ah!... Como eu te amo vida,
Luz, alma gémea, em mim redescoberta.
Tu és o rosto azul, na sala aberta,
Ao Sol que da janela, de fugida,
Te torna mundo, terra agradecida,
Por seres nascente, fonte, na deserta
Planície de mim, por ti desperta,
Qual primavera solta, ao ar florida!...
Eu te amo, meu amor, flor encantada,
Perfume que o meu ser à força quer,
Deusa que Deus, um dia, fez mulher,
Para tornar minha alma apaixonada!
Tu és a minha estrela, a minha sorte,
E neste verso, minha… além da Morte!
Gil Saraiva
XI
“CHALÉ FERNANDO PESSOA”
Aqui, no Portaló, em Tinharé,
Longe de Paris, Rio ou Lisboa,
A vida, qual sorriso de um bebé,
Segue calma, simples e tão boa…
“Tudo vale a pena…” a forma é pura,
A prosa à poesia dá frescura
Com aromas de ser e de natura,
Neste espaço feito luz e cor…
Cada chalé tem nome de poeta ou de um escritor,
Cada chalé tem um coração, tem um sentir,
Tem paz, tranquilidade e tem amor,
Tem essência, alma e existir…
A pena é verde aqui, como a mata atlântica
E a palavra é barco, galeão, canoa,
É terra que floresce de romântica…
Em Fernando Pessoa
Me instalei meia quinzena,
E me senti um Rei, sem ter a coroa,
De um quinto império sem arena…
Fiquei por Portaló enamorado,
E pelos versos de Pessoa eu inspirado
Entendi, então, de forma plena,
O que vale ter a alma não pequena…
Casámos na casa de Pessoa,
Longe daqui, lá para Lisboa,
E a Lua de Mel realizámos,
Na Bahia, no Morro de São Paulo,
E neste chalé nos instalámos,
Chamado de Fernando Pessoa,
A milhares de quilómetros de Lisboa.
Não existem coincidências,
Digo eu, que pouco sei,
Mas que o poeta foi padrinho
Não duvido,
Por entre incongruências
Foste rainha e eu glorioso rei,
E tudo pareceu fazer sentido.
Fomos unidos por estros do além,
Abençoados por ninfas,
Trovadores,
Predestinados ao amor, que de nós vem,
Apenas tu e eu e mais ninguém…
Gil Saraiva
* Parte I I - Portaló ou o Sortilégio do Paraíso