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Estro

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Livro de Poesia - Estrigas do Dilúculo dos Lamentos: O Ser Sem Amanhã - XXXVIII

O Ser Sem Amanhã.jpg

        XXXVIII

 

"O SER SEM AMANHÃ"

 

Durante todo o dia o cão uivou...

Uivou... gemeu... ganiu... chorou em vão...

Lobo feroz domado... um velho cão,

Longe da selva que antes dominou...

 

Durante toda a noite não parou

O queixume infeliz... e a Lua... então

Tirou das negras trevas a ilusão...

Mas... a dor do animal ninguém escutou?!

 

Surda de pena está a Humanidade!

Só eu ouvi latir o velho lobo...

Senti a dor do bicho e, em todo o globo,

 

Só eu, que sou ninguém, que sou saudade,

Vi nele, na voz perdida a alma vã,

Meu retrato de ser sem amanhã...

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia - Paradigmas do Meu Ego:Amanhã - III

Amanhã.jpg

      X

 

"AMANHÃ"

 

A manhã passou

Pela minha pele

O radioso sorriso

Do seu Sol...

 

A dançar,

Atravessei as portas

Da alma...

 

Lá dentro

Um hino erguia-se mais alto

Com sons de dádiva

E oração...

 

Um hino à vida,

Uma melodia plena

De odores de amor,

Correndo entre essências,

Que germinam existências,

Num ocaso rubro de ilusões...

Rara visão esta!...

 

A um canto,

Para lá das portas da alma,

Um caixão coberto de flores

Parecia sozinho...

 

Porém, na sombra,

Uma velha senhora,

Aparentando ter morrido,

Velava abandonada

Numa cadeira feita de mágoa e dor...

 

Velava a morte,

Dentro do caixão,

Entre pétalas e espinhos:

Pétalas de amor;

Espinhos de tristeza...

 

A senhora,

A quem o tempo que passou

Chamou de eternidade,

Parecia não sair dali...

Todavia,

Olhando em redor,

Lá a fui descobrindo,

Um pouco

Em toda a parte!

 

Já não sofria

No canto da felicidade!...

Ria, dançando,

Ao ritmo vivo da alegria!

 

Noutro, o da saudade,

Chorava

Rios de suspiros

E lagos de esperança...

 

Mais além,

No recanto do amor,

Parecia ter dezoito anos

Tal era a orla

Repleta de Emoção...

 

A manhã passou

Pelos meus lábios

Num sensual beijo

De existir...

 

E, sem querer,

Descobri,

Nesse momento,

Porque vale a pena

Esperar por amanhã!

 

Gil Saraiva

Livro de Poesia: Portaló - Parte II - Portaló - III - Paisagem e Paisagens

Paisagem.JPG

                      III

 

“PAISAGEM E PAISAGENS”

 

Do ocre das fachadas

Das acomodações e dos chalés

Imagens de cor ficam gravadas,

Se destacam os detalhes, lés-a-lés,

Das madeiras, dos alçados,

Das varandas,

Passadeiras, caminhos, cordas bambas,

Delimitando espaços e picados…

 

São os chalés, por fora, salpicados

De espreguiçadeiras inovando

Ora repouso ameno,

Ora pecados,

Que cabe a cada um ir desvendando…

 

Tudo se vira ao porto, ao mar

E a Valença,

Ponto continental no horizonte,

Que a noite, ao cair, faz revelar

Do outro lado da água, bem de fronte,

Pelas luzes, as formas e a presença

Que olhando podemos vislumbrar…

 

É neste contexto que te chamo

De sonho, de alma, de paixão,

É nesta paisagem que te amo,

Na relva, na varanda, no colchão…

Perco-me em teu olhar

E sou feliz,

Feliz por te sentir,

Por te tocar,

Por saber que amanhã

Vou acordar

Com tua fragrância em meu nariz…

 

Mas mais do que esta ilha

Deslumbrante,

Inventada para amores intensos,

Vivos,

Tu és, amor, hoje e doravante

A paisagem de meus passos

Ainda conjuntivos…

Mas em montes e vales me quero perder,

Nas tuas paisagens vou viver,

Sem precisar de outros atrativos…

São paisagens reais que amo e friso

Só porque adoro estar no paraíso…

 

Gil Saraiva

 

* Parte I I - Portaló ou o Sortilégio do Paraíso

Livro de Poesia: Portaló - Parte I - Paisagens - VII - Tinharé

Tinharé.JPG

 

     VII

 

“TINHARÉ”

 

Tinharé

Se desvenda e redescobre,

Do homónimo arquipélago

Se destaca,

Impõe naturalmente um porte nobre,

No vestir rico da verde casaca,

Feita de Mata Atlântica em frescura…

Tinharé é terra, é ilha pura…

Qual esmeralda brilhando

Entre ametistas,

Tinharé deslumbra pelas vistas…

 

Verdejante de vida

E de natura,

Parece esquecer a amargura

Dos dias que pareciam sem saída

Nos tempos velhos da escravatura…

Em plena Mata Atlântica

Sitiada,

A ilha parece quase desenhada

Para, sendo deslumbrante

E desejada,

Se tornar doravante,

De improviso,

No último sonhado paraíso…

 

Aqui chegámos, finalmente,

Tu e eu, ambos, nós os dois,

Um par alado na paixão

Que, ardentemente,

Nos funde, num antes e depois,

Num ritmo que vem do coração,

Num já, num mais agora

E amanhã,

Tudo somado como num aviso,

De ter chegado a hora,

A esperança sã,

Do amor estar a viver no paraíso!

 

Gil Saraiva

 

* Parte I - Paisagens ou o Sortilégio da Paixão

Livro de Poesia: Achas de um Vagabundo - Que Importa?

Que Importa.jpg

"QUE IMPORTA?"

 

Temos esta noite...

Pensa bem...

Que importa o amanhã

Se hoje existimos...?

 

Se podes escrever

As palavras

Que me invadem o ser

E me viciam...

Que importa o amanhã...?

 

Vício de ti...

É virtual?

Interneticamente inatingível?

Que importa o amanhã

Se a noite é nossa...?

 

Se é o futuro

Que te dá alento,

Porque não pode o presente

Ser esperança?

 

Ahhhhh!!!

Nasce comigo em cada tecla!...

Nos diálogos frenéticos

Das janelas privadas,

Fechadas a todos

Que não a nós...

 

Nasce comigo em cada letra

Teclada com a força

Do bater arrítmico

De nossos corações perdidos,

Para a eternidade,

De tanta paixão...

 

Ahhhhh!!!

Nasce comigo antes de amanhã,

Porque o agora existe!...

E é nosso, amor,

É todo nosso!!!

Que importa o amanhã...?

Diz-me!

Que importa...?

 

Gil Saraiva

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