Livro de Poesia - Melopeias Róridas Entre Armila e Umbra: Apenas - I
I
“APENAS”
Quotidianamente,
Sempre que me ausento
Levo-te no coração, no pensamento.
É algo fixo, firme, permanente,
Não me importa o que faz a outra gente,
Apenas tu e eu, só nós os dois,
Sem pensarmos no amanhã ou no depois.
Apenas importa o nosso amor!
Sem ele sou vácuo, sou vazio.
Apenas importa esse sabor,
No beijo, que me aparta do frio!
Podes contar a quem quiseres,
Mas ninguém precisa de saber.
Para mim estará bem o que fizeres
Se por amor o fores tu fazer.
Podes gritar os teus sentimentos
Ou escondê-los no escuro,
Nos segredos,
Não me importa se vagueiam pelos ventos,
Desde que assim mos dês,
Sem quaisquer medos.
Apenas importa a nossa vida!
Sem ela sou vácuo, sou vazio.
Apenas importa amar, querida,
No amor, que nos aparta o frio!
Se alguém existir no infinito
E olhar, de tão longe, o horizonte,
Poderá escutar este meu grito,
Ver nossa paixão em qualquer fonte.
Porque este amor, amor, não é um mito,
Mas o pilar mais forte desta ponte
Onde, de um lado, tu és a minha margem
E, do outro, eu sou a borda de água,
Qual forja de ferreiro, intensa frágua,
Pois que entre nós os dois
Sentir é rio e amar… passagem.
Quotidianamente,
Sempre que me ausento
Levo-te no coração, no pensamento.
É algo fixo, firme, permanente,
Não me importa o que faz a outra gente,
Apenas tu e eu, só nós os dois,
Sem pensarmos no amanhã ou no depois.
Apenas importa o que este, nós, quiser!
Sem ele sou vácuo, sou vazio.
Apenas importa seres mulher,
Do homem, que te aparta do frio!
Gil Saraiva