Livro de Poesia - O Donaire do Proterótipo Ordinário: Balada dos Namorados - XIII
XIII
"BALADA DOS NAMORADOS”
(Cantar com a música d’ “Ó rama, ó que linda rama” de Vitorino)
Se eu for o teu namorado,
Tu és namorada minha.
És o sonho inesperado
De quem sonhos já não tinha.
De quem sonhos já não tinha,
De quem fora abandonado,
Vagabundo sem casinha
Que do sonho fez telhado.
Que do sonho fez telhado,
Abrigo, porto seguro,
Mas és sonho inacabado
Se em mim não tiveres futuro.
Se o passado der futuro,
Vida nova e alegrias,
Serás o cair de um muro,
Que ao cair fez maravilhas.
Se eu for o teu namorado,
Tu és namorada minha.
És o sonho inesperado
De quem sonhos já não tinha.
Que ao cair fez maravilhas,
Junto fome a quem prospera,
Fez continente de ilhas,
Fez nascer a nova era!
Fez nascer a nova era:
O raiar de augusta aurora,
Criou imortal quimera,
Do passado fez outrora.
Do passado fez outrora,
Fez renascer nossa vida,
De mim fez quem já não chora,
De ti fez mulher, querida.
Se eu for o teu namorado,
Tu és namorada minha.
És o sonho inesperado
De quem sonhos já não tinha.
De ti fez mulher, querida,
Alma para a qual nasci,
No deserto oásis, ida,
Passagem que descobri.
Paisagem que eu descobri,
Uma flor por entre as flores,
Uma águia, um colibri,
Por quem eu morro de amores.
Por quem eu morro de amores
És tu namorada minha,
O meu A, 20 valores,
Resposta sem adivinha.
Se eu for o teu namorado,
Tu és namorada minha.
És o sonho inesperado
De quem sonhos já não tinha.
Resposta sem adivinha,
Porque eu sou teu namorado,
Teu cacho de uvas, ó vinha,
Por ti serei vindimado.
Por ti serei vindimado,
Tu és namorada minha.
Se eu for cacho inesperado
Juntos somos vinho e vinha!
Gil Saraiva
Nota: Letra para a Banda de bairro “Ecos da Cidade” (últimos 20 anos).