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XXXIV
“BATOTA”
É noite. Está um céu sombrio, escuro,
Nesta montanha verde, sem luar,
São trevas escondendo aquele solar
Que espreita por detrás de um grande muro.
É escuridão ocultando o futuro
Na recolhida terra, que invulgar
É desespero que me faz chorar
Porque o amor perdi, tão prematuro.
Eu choro, o tempo pelos dois vivido,
Em lágrimas noturnas, infernais,
Por ver, assim, o meu amor perdido,
Quem sabe… assim, talvez, p’ra nunca mais…
Isto de ser mulher não é derrota,
Derrotada serei, se houver batota.
Ariana Telles
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"O PRÓXIMO HOMEM"
Há sempre um Próximo Homem
Para onde quer que seja...
Do: soldado ao comandante,
Marinheiro ao almirante,
Varredor ao vereador,
Segurança ao diretor,
Há sempre...
Desde o sacristão ao Papa,
Do lixeiro ao presidente,
Em qualquer ponto
De um mapa,
Do ausente ao residente,
Há sempre...
Um Próximo Homem
Para onde quer que seja:
Porque o mundo continua
E nada pode parar,
Desde o tráfego da rua,
Às rotas do céu e mar...
Tudo tem alternativa,
Pra tudo ter solução,
Pois em qualquer narrativa,
Desde a Bíblia ao Corão,
Há sempre um Próximo Homem
Para onde quer que seja...
Mas nestas democracias,
Deste Mundo Ocidental,
Por entre burocracias
E fundos do capital,
Pesa o voto de quem vota,
Não sem a legal batota
Da promessa original
Porque:
Há sempre, um Próximo Homem
Para onde quer que seja...
Seja homem ou mulher
Será o que convier...
Mas sempre haverá um próximo,
Um alguém, um outro ser,
Que virá depois do outro e do outro que vier...
Se eu for o Próximo Homem
De um outro que hoje saiu,
Haverá um outro então,
Que ainda não se previu,
Que depois de mim virá
E não sei o que fará, porque:
Há sempre... um Próximo Homem
Para onde quer que seja...
E havendo... que viva o Próximo Homem ...
Porque o outro já não está...
O dilema surgirá só quando
O Próximo Homem
Não tiver um outro alguém
Para o Próximo ser também...
Gil Saraiva