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Estro

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Livro de Poesia - Os Anexins de um Vate Sólito: Pensando - VIII

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    VIII

 

“PENSANDO”

 

Aqui, neste café, eu estou sentado

Pensando em como tudo começou…

Pensando na razão que originou

Aquele nosso encontro no passado.

 

Aqui, neste lugar, eu sou levado

A recordar um tempo que passou,

A procurar, no cerne do que sou,

Se, amor, ter-te, assim, não é pecado…

 

Gostas de estar comigo e copular,

Tudo, em ti, eu sinto e mais além,

Mas sei que o teu amor é por ninguém,

 

Dizes não entender o verbo amar.

Aqui, neste café, fico hesitante,

Pensando, triste, instante após instante…

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: Café - VIII

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 VIII

 

"CAFÉ"

 

De etéreo lugar veio o convite,

Para um café apenas, nada mais.

Um gesto de amizade, sem sinais

Que pudessem quebrar qualquer limite…

 

Um olhar doce e escuro de grafite,

Nos olhos, de um castanho cor de cais,

A lembrar ondas, mar e areais

Ou romance, passeios e apetite…

 

E conversámos pela tarde fora,

Como velhos amigos, com saudade

De reviver, enfim, velha amizade

 

E viajamos horas num agora,

Na Bahia, Paris, Cais do Sodré,

Perdidos num aroma, num café…

 

Ariana Telles

 

 

 

Livro de Poesia: Portaló - Parte II - Portaló - IX - Epopeia

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     IX

 

“EPOPEIA”

 

Neste hotel de nome Portaló,

Somos como a aranha em sua teia,

Somos o guardião de uma baleia

Num quarto batizado Moby Dick…

Só importa a quem cá fique

Instalado na encosta,

Saber daquilo que gosta,

Porque aqui não há despique…

 

No Morro de S. Paulo,

Em Portaló,

Ilha de Tinharé,

Terra de verde e pó,

Banhada de fé,

De azul, de céu e de águas,

Onde o passado em tempos

Lavou mágoas,

Por entre aromas tropicais

E de café,

Olhando paisagens geniais

Escutando um violão,

Um oboé,

Tudo floresce em cada grão de areia

Para gravar em nós esta epopeia…

 

Epopeia de amor,

Que entre imensos amplexos,

Faz vibrar, bem no calor,

Os nossos excitados sexos.

Num entra e sai

Que não para, não descansa,

Entusiasmado,

Parece mais maratona

Do que um ato isolado,

Este frenesim de amor,

Com travos de feromona…

 

Afrodisíaca viagem de alegria,

Neste morro, nesta aldeia,

Onde aos saltos as hormonas,

Libertam as feromonas,

Criando ninhos na areia,

Fazer amor e senti-lo é quase igual,

Por aqui, num local fenomenal,

Onde o amor é epopeia…

 

Gil Saraiva

 

* Parte I I - Portaló ou o Sortilégio do Paraíso

 

Livro de Poesia: Portaló - Parte I - Paisagens - IX - Porto e Portal

Porto e Portal.jpg

 

“PORTO E PORTAL”

 

Morro de S. Paulo, Tinharé,

Cheira a Brasil e a saudade,

Aroma mais puro que o café,

Um cheiro profundo

A felicidade…

 

Descer na paisagem,

Até tocar o mar,

Por rampa de miragem

Singular,

Onde carros de mão,

De malas cheios,

Dizem ser táxis,

Sobem de escalão,

Movidos a braços

Num calor de Verão…

 

E atracado bem perto a um portal

Que com coragem a tudo resiste,

Feito de séculos, pedras e de cal,

De obra humana firme que persiste,

Qual testemunha histórica da vila,

Eis que se pode vislumbrar o porto…

 

Subir, descer, andar, pareceu desporto,

Recebem-se os turistas de mochila

Pois no ponto de entrada e de saída,

Neste recanto onde o amor cintila,

A paisagem parece desmedida…

 

De um lado, o morro da saudade

Ou de São Paulo, bem colorido,

A onde o sonho vira realidade,

Do outro, o portal, o porto, o mar

E lá no fim, quase que esquecido,

Uns rasgos traços tentam desenhar

A terra ao fundo, o continente,

As margens da baía, como espuma,

Desvanecida assim por entre a bruma,

Tão longe desta ilha, desta gente….

 

Nós viemos lá da outra banda,

Transferidos por um velho bimotor,

Que, pelos ares, cumpriu sua demanda

De nos trazer à terra do amor.

 

 

Do aeródromo ao morro, meia hora,

Por caminhos de areia, cá chegamos…

 

E quando na base do morro estacionamos,

Vieram logo os táxis, sem demora.

 

Carrinhos de mão, daqueles das obras,

Com moleques, tisnados pelo Sol,

Pareciam sapos, lagartos, mesmo cobras,

Imitando na subida dura, de andar mole,

O passo da lesma, lagarta ou caracol.

 

Nos carrinhos… as malas dos turistas,

Enquanto estes se perdiam com as vistas.

 

Já nós os dois, amor, de mãos entrelaçadas,

Namorámos morro a cima e na descida

Vendo botecos, lojinhas e esplanadas,

Pensámos estar vivendo uma outra vida,

No paraíso perdido da paixão,

Lembras-te querida?

Até de ti,

Armada em atrevida,

Levei um apalpão,

Sem saber ler,

Nem achar que o posso descrever…

 

Por fim, porto e portal,

Num largo, feito movimento,

Onde amar parece natural.

 

Ali o amor tem cor,

sabor e cheiro,

Porque ali

O romance é hospedeiro,

De mim, de ti,

De nós,

Em imprevistas

Emoções,

Impulsos e ecos egoístas,

Do bater dos corações apaixonados

Ao qual nos rendemos,

Num torpor,

Que por amor,

Nos faz do verbo amar escravizados…

 

Gil Saraiva

 

* Parte I - Paisagens ou o Sortilégio da Paixão

 

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