Livro de Poesia - Os Anexins de um Vate Sólito: Ó Feiticeiras Tágides do Tejo - XLII
(João Cutileiro - Parque das Nações _ Lago das Tágides de Camões)
XLII
“Ó FEITICEIRAS TÁGIDES DO TEJO”
Quando em teu olhar não vi o Sol,
Quando me imaginei sem um futuro,
Foi porque sem te ter fico inseguro,
Enforcado em seda de um lençol.
Perder a tua voz de rouxinol,
Com que me conduzias no escuro,
É perder mesmo tudo o que procuro
E ganhar arrastar de caracol.
Ó feiticeiras Tágides do Tejo,
Magas antigas, musas dos encantos,
Elevem bem alto vossos mantos
Em sortilégio, mágico festejo.
Amor, olha que em pranto, os olhos teus
Fazem cair as lágrimas dos meus!
Gil Saraiva