Nota do Autor:
I
“GOTA DE LÁGRIMA”
Pelo teu rosto se desenha, em movimento,
A lágrima que cai, neste momento…
E, se olhares para mim, não me vês chorar.
Jamais conseguirias, pois não sabes
Sequer onde ou como procurar…
Porque a gota de lágrima que choro,
É por dentro, entre a alma e o coração,
Que desce, que resvala, que ecoa,
Por não saberes o quanto eu te adoro,
Nas cavernas das saudades do meu ego
A onde a tua lágrima ocupa um oceano,
Por onde tristemente eu navego…
Vem, ama-me mesmo que por engano,
Vem, ó gota de lágrima que adoro,
Junta-te à lágrima que eu, agora, choro…
Gil Saraiva
Observação: Os poemas deste livro foram criados entre 2003 e 2008
X
“OS CHALÉS”
Como peças de um grande dominó
Os chalés vestem a encosta
Do Morro de S. Paulo: É Portaló…
Se do Pessoa eu vejo bem o porto
Nos outros se tem igual conforto…
Temos Zélia Gatai, Voltaire
E Jorge Amado,
José de Alencar, Júlio Verne,
José Saramago…
Temos Marguerite Duras
E emoções
Seja em Machado de Assis,
Luís de Camões,
Nas aventuras
De Alexandre Dumas,
Joaquim Ubaldo Ribeiro
Ou Eça de Queirós
Por entre as brumas…
Castro Alves tem também telheiro,
E nem os miseráveis são refugo
Pois que aqui tem também,
Seu chalé, o Vítor Hugo…
Todos estes chalés de Portaló,
Têm nomes de escritores imortais,
Porque a ilha inspira e trás à mó
Os mais férteis e profícuos cereais,
Que depois de moídos e tratados
Geram um mosto, quando combinados
Com extratos de estros especiais.
Aqui amor eu escrevo entre chalés,
O que sou, o que amo, como te adoro,
Aqui eu te descrevo como és,
Por ti eu grito, riu, gozo e choro.
Aqui a fantasia é mais real,
Nestas cabanas na mata integradas,
Chalés atlânticos, casinhas enquadradas,
Num ambiente perfeito e natural.
Jamais aqui me ouvirás pedir socorro,
Vamos ficar por cá, para sempre, querida,
Tu que és a felicidade desta minha vida
Fica comigo para sempre neste morro.
Gil Saraiva
* Parte I I - Portaló ou o Sortilégio do Paraíso