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Estro

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

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Livro de Poesia - Divagações Quase Líricas - Fado Portugal em Três Cantos - XVII - Canto Depois - Da Alma ao Mundo - II

Fado Portugal Canto Depois.jpg

                   XVII

 

                     II

 

"FADO PORTUGAL EM TRÊS CANTOS"

 

                Canto Depois

 

          “Da Alma ao Mundo”

 

Fado é saudade e amor,

Tragédia, desgraça, sina,

Destino, Ciúme, Dor,

Noite, cidade, varina…

 

O Fado é vagabundo,

É a voz que grita ao vento,

De que existe neste mundo,

A dor de um só momento…

 

O Fado é choro de um Povo,

Canta da Alma seu mal,

Seja velho, seja novo,

O Fado é Portugal!!!

 

A nossa bandeira é Fado,

Republicano atrevido,

Dos que lutam lado a lado

P'lo Povo que lhes é q'rido.

 

O Fado é vermelho sangue,

Verde esperança maior,

Mas nunca bandeira exangue

Porque amarelo é suor.

 

O Fado é choro de um Povo,

Canta da Alma seu mal,

Seja velho, seja novo,

O Fado é Portugal!!!

 

Da Humanidade ele é

Património Imat'rial,

Disse a UNESCO que até

É do mundo um Bem Oral.

 

Disso nada sabe o Zé

Povinho, apenas contar,

O que a cada pontapé

A vida o leva a cantar.

 

O Fado é choro de um Povo,

Canta da Alma seu mal,

Seja velho, seja novo,

O Fado é Portugal!

 

Gil Saraiva

 

Nota: Trilogia de Fados criada para o meu amigo fadista “Zé de Angola”

 

 

 

Livro de Poesia - Sintagmas da Procela e do Libambo: Tragédia em 4 Atos - Kobane - Migrantes Depois de Refugiados - V/2

Migrantes Depois de Refugiados.jpg

                      V

 

"TRAGÉDIA EM QUATRO ATOS -  KOBANE"

 

                      2

 

" MIGRANTES DEPOIS DE REFUGIADOS"

 

Entre bombas, escombros, sangue e tripas,

Foge quem pode

Porque a guerra é cega,

Não vê mulheres

Nem crianças,

Não vê nada

Nem ninguém.

 

A música virou ruído e o ruído trovão;

O povo não quer Bashar al-Assad

Nem o Estado Islâmico,

Quer uma Síria de paz dizem os sírios,

Quer um Estado Curdo

Gritam os oprimidos,

Mas o Estado é surdo

Seja islâmico ou não.

 

A guerra veste de santa, clama justiça

E todos se dizem senhores

Da razão e da verdade,

Mas ninguém dá ouvidos a ninguém;

Morrem civis aos milhares,

Gente de carne e osso,

Sem limite de idade,

De género, de etnia

Ou de religião,

Morrem porque estavam ali,

No local errado,

Na hora errada,

Apenas e mais nada.

 

Perante a atrocidade

Dá-se a debandada

E o povo foge,

Procura refúgio

Nos países mais perto,

Mas é enlatado

Em campos de fome e aperto,

Sem condições são refugiados

Que parecem presos,

Tratados a monte

Na beira da vida…

 

E honrosas exceções não fazem a regra,

Nem estancam a ferida

Aberta pela guerra.

 

Só de Kobane,

De Ain al-Arab,

Da fonte dos árabes,

Centenas, milhares, quase meio milhão,

Fugiu, deixou tudo,

Que a fonte secou,

Procurando o direito a não morrer,

Sem explicação ou sentido,

Com os filhos pela mão

Tão vazia de pão…

 

Chegados à Turquia,

Vizinha, interesseira,

São refugiados, amontoados,

E serão tratados

De qualquer maneira,

Sem dignidade, consideração

Ou sentimento …

E às portas da Europa,

Qual El Dourado,

Viraram migrantes,

Em sofrimento,

Na busca de luz, de vida, de paz,

Mortos de tudo, sem um capaz…

 

Gil Saraiva

 

 

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