Aviso aos Leitores
Aviso aos Leitores
As minhas férias estão a chegar. Estarei ausente entre 4 de setembro e 18 de setembro. Obrigado pela compreensão.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Aviso aos Leitores
As minhas férias estão a chegar. Estarei ausente entre 4 de setembro e 18 de setembro. Obrigado pela compreensão.
XII
"O VISLUMBRE DO AMOR”
É pelos olhos dela
Que eu vislumbro o nosso amor…
É como um abrir de uma janela
Por onde chega um ar sem dor…
(Reflito eu, na noite abafada
Pelas brumas do meu existir).
É como se num singelo olhar
O peso do mundo, do universo,
Saísse, finalmente, dos meus ombros
De onde nunca o consegui tirar.
Ela transforma a fria chuva de inverno
Em arco-íris, com ouro em cada ponta.
Faz-me querer abandonar o inferno
Da minha vida de vagabundo, solitária.
Porque não abraço eu, então,
Tamanha beleza, tão única perfeição?
Será por me mover por entre a bruma,
Sozinho, na minha solidão?
Poderia eu sobreviver nesse seu existir
Sem o estragar ou destruir?
Reflito eu, na cama lavada
Ausente do seu cheiro, do seu sorrir…
Mesmo quando não penso nisso,
Na mente vazia, de uma penumbra sem fim,
Desponta, de um canto até ali oculto,
Novamente o sorrir do seu olhar
E eu volto a ficar exposto
Ao vislumbre do nosso amor
E torno a sonhar com primavera,
Com corpos rolando por entre a era…
E se eu a encontro e a tento tocar,
Lá vem de novo aquele pensamento,
Que se o fizer tudo pode acabar…
E triste eu me afasto, num triste rasto,
Por entre virtualidades de nós num abraço,
Qual suave seda, mais forte que o aço…
Porque é pelo seu olhar
Que sinto um vislumbre do nosso amor…
Eu desejo encontrar uma forma de agir,
Um meio qualquer de a sentir sorrir,
De eu fazer parte da sua história,
De nela eu viver feliz e em glória,
Como nunca até hoje eu vivi ou senti,
Mas como posso vivê-lo sem ti?
Como viver o que nunca existiu?
Despontas, de um canto do meu pensamento…
Estarás a sonhar? E o sonho sou eu?
Irás tu encontrar-me, num abraço a Morfeu?
No teu sonho eu vivo o momento perfeito,
Vislumbro o amor, deitado em teu peito!
Gil Saraiva
XI
" SER MULHER"
Ser mulher na Ucrânia é ter nos olhos
O azul do céu e, no sorrir, a luz do Sol,
Ser na cama e na batalha um só farol,
Que ser mulher ali é ser bandeira,
Ucrânia ao vento, mesmo que a ferro
E fogo, se esconda na trincheira,
Na foto que o marido guarda,
Com amor, enquanto luta, na carteira.
Ser mulher na Ucrânia é ser mãe,
Filha, avó, lágrima, grito, companheira,
Teimosia e persistência que se tem,
Sentindo a guerra, que não vem na TV,
Vinda sabe-se de onde, não porquê.
Ser mulher na Ucrânia é ser guerreira,
Salvar das bombas os filhos e fugir,
Sem saber se chegará viva à fronteira,
Que ser mulher ali, é persistir!
Ser amor e ódio, ser fogueira,
Que arde sem se ver, bem lá no fundo,
De quem procura, a todo o custo, uma maneira
De pedir socorro, por si e pelos seus que neste mundo,
Não quiseram o confronto, nem a guerra,
Apenas o direito à sua terra.
Ser mulher na Ucrânia é mostrar em toda a parte,
Que ser mulher é ter alma, é ser herdeira
Deste povo, que faz inveja a Marte,
Na luta, entre corpos, ossos e caveira,
Na guerra onde falta sentimento e arte
E onde a escura tumba é feita de poeira.
Escorre o sangue, ardem vidas, morre o novo,
O velho, o rico, o pobre, e a saudade é forasteira,
Mulher de luto carpindo pelo povo!
Ser mulher na Ucrânia não é mestrado
Ou algo que se aprenda num estudar profundo,
Ser mulher ali é, como em todo o lado,
Ser a parte que dá infinito ao mundo,
Ser paz, ser musa, arte, ser primeira,
Ser vida, progresso, existir e derradeira
Esperança na continuidade e na mudança,
Que ser mulher é ser mosto e videira,
É ter no coração a força e na mão aliança
É acreditar que no fim da guerra há bonança.
Ser mulher na Ucrânia é ser mulher no mundo,
É ser a força de existir da humanidade,
É ser futuro, pelo parto, num segundo,
É ser a chave da nossa eternidade.
Que ser mulher na Ucrânia e em todo o lado,
É existirmos enquanto espécie inteira
Num campo, junto ao mar ou na cidade,
Seguros, porque ao leme o fado
Se faz na mão firme, timoneira,
Que nos guia entre a virtude e o pecado.
Gil Saraiva
X
"UCRÂNIA, BALADA DOS ESCOMBROS À SOLTA”
Sob a bandeira azul, amarela,
Ao som das sirenes sob céu estrelado
Vão vindo misseis, fecha-se a janela,
Rebenta com estrondo o chão asfaltado.
Eles vêm com tudo, mancha aguarela,
Cinza, encarnado, cheira a pecado,
Transformam o bairro em pobre favela,
Escombros à solta no cimento armado.
Por toda a Ucrânia há fogo e tiros,
Avançam tanques da frente encarnada,
Por todo o lado parecem vampiros,
Que não dão valor à vida sugada.
Eles vêm com tudo, mancha aguarela,
Cinza, encarnado, cheira a pecado,
Transformam cidade em pobre favela,
Escombros à solta no cimento armado.
E os russos invadem contra os destemidos
Ucranianos só de capa e espada,
Lutam como podem, mas estão unidos,
Ninguém lhes tira a sua terra amada.
Eles vêm com tudo, mancha aguarela,
Cinza, encarnado, cheira a pecado,
Transformam país em pobre favela,
Escombros à solta no cimento armado.
E o velho Putin chafurda no lodo,
Qual novo czar, não conhece lei
E vale mesmo tudo o que seja engodo,
De urso quer ser imperador e rei.
Eles vêm com tudo, mancha aguarela,
Cinza, encarnado, cheira a pecado,
Transformam povo em pobre favela,
Escombros à solta no cimento armado.
Eles vêm com tudo, mancha aguarela,
Cinza, encarnado, cheira a pecado,
Transformam o bairro em pobre favela,
Escombros à solta no cimento armado.
Transformam cidade em pobre favela,
Escombros à solta no cimento armado.
Transformam país em pobre favela,
Escombros à solta no cimento armado.
Transformam povo em pobre favela,
Escombros à solta no cimento armado.
Mas o urso velho esqueceu coragem
De um povo unido pela sua terra,
Juram que, por Deus, não há vassalagem,
Perdem a mudez num grito de guerra!
Eles vêm com tudo, mancha aguarela,
Cinza, encarnado, cheira a pecado,
Transformam país em pobre favela,
Mas ninguém segura aquele povo armado!
Gil Saraiva
IX
"ELOGIO DA MEGALOMANIA"
O povo diz que homem pequenino
Ou é velhaco ou é bailarino.
Mas o russo conhecido por Vladimir Putin
Não é velhaco é calculista,
Apenas porque sim.
Acha-se um conquistador,
Da nova Rússia pós-comunista,
Um verdadeiro imperador,
Um czar, com um ego sem fim,
Alguém sem alma, sem estro, sem coração,
Que pelo poder puro ataca uma nação.
A guerra é fria, as armas não
Como combater quem ignora o mundo,
Quem tem no ego um abismo profundo?
Há trinta anos a Ucrânia era um povo irmão,
Falavam russo, misturavam famílias,
Não tinham fricção, nem sequer quezílias,
Partilhavam casa, amor, futuro e pão.
Nada resta desses tempos idos,
A guerra é fria e já não se aguenta,
A Rússia ataca em todos os sentidos,
Em plena Europa a luta é sangrenta!
Mas ninguém ajuda o povo ucraniano,
Condenam, anunciam sanções,
Dorme descansado o novo tirano,
Porque ameaças nunca são ações.
E a terra invadida tenta reagir,
Mas está sozinha nesta imensa guerra,
Os povos criticam, falam em se unir,
Mas ninguém avança contra o tal Putin,
Porque esta luta é só isto assim.
A guerra prossegue na televisão,
Cínica atitude, sanções de sofá,
E o ditador pega nas pipocas
E assiste rindo do seu cadeirão,
Porque a retaliação, é mero oxalá…
Sangrará apenas o povo ucraniano,
Porque a economia fala bem mais alto,
É o elogio da megalomania,
Importa saber como dar o salto.
Mas o Ocidente está muito engando,
A guerra com a Rússia vai acontecer,
Porque o czar não está sossegado,
Vai continuar a tentar crescer.
Ninguém olha para a história,
Nem vê que o passado…
Tenta Putin uma nova glória
Do orgulho russo farto de ser pisado.
Como combater quem ignora o mundo,
Quem tem no ego um abismo profundo?
Gil Saraiva
VIII
“O SOM DO SILÊNCIO”
Sei que se chama Solidão.
Usa o mutismo como som,
Trata o Destino
Por irmão
E oiço dizer
Que tem um dom:
O seu falar soa a silêncio
E tem nos olhos escuridão.
Fala com a Sara,
O Rui, o Inocêncio,
Palavras desprovidas de paixão.
O som do silêncio
Tem por voz
Todavia,
O seu grito é bem atroz.
Vive sem rumo ou coerência,
Nunca a vi sequer sorrir,
O que emana pelo mundo, ao sair,
Eu sinto-lhe tão bem a influência.
Tenho uma hóspede
Em minha casa,
Não sei ao certo
Há quantos anos.
Nunca ouvi dizer
Que se atrasa,
Jamais a vi
Usar de enganos.
Não gasta gás,
Não usa água,
Nem mesmo eletricidade.
Nunca a escutei
Com uma mágoa,
Mas vejo-a muito pela cidade,
Por entre os sons do reboliço,
Sempre evitando
Um compromisso.
Não se queixa de fome, mas carência
Abunda no seu jeito de agir,
Nem há graçola que a faça rir.
Porém, dizem, rejeita a violência,
Mas sei que se chama Solidão.
O som do silêncio
Tem na voz,
Chama o Desespero
Por irmão,
Vive escondida
Em cada um de nós.
Escolhe o rico,
O pobre, o viajante
Como poiso onde faz
Ninho ou escala,
Um marido, uma mulher
Um bem-falante,
A todos segue
No fazer da mala.
O som do silêncio
Facilmente ensurdece,
Mesmo até…
A quem reza uma prece.
Tenho uma hóspede
Em minha casa,
Sei que se chama Solidão.
Anda pelo mundo.
Um golpe de asa,
Um azar,
Uma tristeza, uma ilusão,
E do nada aparece
Com socorro,
Qual concubina, amada,
Amante, amásia,
Como quem no silêncio
Desce um morro,
Como quem aprova a eutanásia.
Há quem a ache natural,
Por natureza,
Mas quem pensa assim
É só tristeza.
Preciso despeja-la, com urgência!
Pois que da minha hóspede estou farto
Pois que na luz me escurece ela o quarto.
Não sei como não vi tal evidência…
Ou ela sai ou, por fim,
Sou eu que parto!
Não posso manter
Tal companhia.
Se digo que já chega
É por estar farto
De me sentir viver em agonia.
Não tenho pai nem mãe,
Mas se tivesse,
Enquanto comigo morar
A Solidão,
Não faria diferença
Que trouxesse,
Um pouco de paz
A este coração.
O som do silêncio
Tem por voz
Vive escondida
Em cada um de nós.
Sei que se chama Solidão.
Usa o mutismo como som,
Trata o Destino por irmão
E oiço dizer que tem um dom:
O seu falar soa a silêncio
E tem nos olhos escuridão.
Gil Saraiva
VII
"DIA DOS NAMORADOS"
Hoje voltou o Sol e nem um pingo,
Mantendo assim, a seco, o problema.
Num país que já está em seca extrema,
Ontem choveu demais e foi domingo,
É dia de ficarmos acordados
De festejar o sermos namorados.
Mas por onde andas tu, meu grande amor?
Porque não estás aqui ao pé de mim?
Não há quem, com paixão, te queira assim,
Como eu te quero, joia, aroma, flor.
Dia dos namorados já tem hora,
A catorze do mês de fevereiro
Não será para março, nem janeiro
Foi o mês de se amar como é agora.
Hoje é dia, amor, dos namorados,
Não há como ficarmos separados.
Não podes ter esquecido o sentimento,
O frenesim de amar, com que loucura,
Sonhos de dia e noite, de ternura,
A pele na pele gerando o movimento…
Eu não esqueci o toque, tão suave,
Dos teus dedos perdidos no meu peito.
Vem querida, vem! Vem-te que é perfeito…
Tu és a fechadura, eu tenho a chave.
Não há como ficarmos separados,
Hoje é dia, amor, dos namorados!
Ontem choveu demais e foi domingo,
Num país que já está em seca extrema,
Mantendo assim, a seco, o problema
Hoje voltou o Sol e nem um pingo.
Rega meu coração, amor, bastante,
Que o teu amor por mim é refrescante.
Encantados? Talvez… se namorados…
Gil Saraiva
VI
“A AURORA”
O crepúsculo anunciou o chegar da noite.
Vem cedo a escuridão neste fim de outono.
O Natal está à porta e traz o Inverno,
O frio vem com ele e já tem mais força.
A pandemia alastra pela multidão.
O ano chega ao fim sem ninguém notar.
Por todo o lado há lojas recheadas
De fazer inveja a quem não tem como comprar.
A noite, no hemisfério norte, é longa, gélida e agreste.
Falta-lhe a vida que, de dia, põe as gentes a circular.
Não guardam as luzes os perdidos, que não têm onde pernoitar.
Há quem lhes chame sem-abrigos, eu prefiro dizer: sem amor!
A noite avança firme, sempre assim tão fria,
Tem horas e horas para se fazer notar.
E nas casas dos ricos há calor e lar,
Porque nas outras existem os cobertores,
Curandeiros do frio, uns altivos senhores.
Nada que gere a queda da Bolsa, pela manhã
Que há de chegar com o regresso da aurora.
Mas isso são contas do rosário de amanhã.
Por fim, a aurora desperta as gotas de orvalho,
Sente-se a claridade a chegar da neblina,
Vem feliz, trazendo a luz solar, vem traquina,
Que as luzes de Natal só se aquecem a si.
Desperta o sem-abrigo antes da cidade,
Tem de sair dali para não ficar a mais,
Guarda os cobertores de cartão, sem mocidade,
Que deles precisará de novo ao fim da tarde.
A aurora despertou o dia
E com ela a manhã sorriu
No riso muito chilreado
Da passarada agora acordada.
Louva-se o Natal nas igrejas,
Nos cafés surge a gargalhada
De gente que come apressada,
Porque o dia é para trabalhar!
A névoa sobe e vira suave e fria chuva,
Nuvens iluminadas pela madrugada,
Aquece a relva, gera-se ali a fotossíntese,
Que o Sol, já alto, protege, acolhe e ilumina.
Reabrem as escolas em vésperas de férias,
Sorri maroto um garoto a uma menina
Tudo sorri também por criação divina,
É tempo de paz. Quem lembra os refugiados?
A aurora traz a nu, a crua realidade,
E pouco muda para o lado dos coitados.
Mas é tão linda, no outono, a minha cidade!
Gil Saraiva
V
"A SOLIDÃO"
Vagabundo da noite, entre sombras escuras,
Não reconheço a dor desta solidão,
Talvez porque sem luz não vejo amarguras,
Talvez porque isolado não sinto a paixão.
A bruma e o silêncio não são formas puras,
E a Lua por ser Nova é uma ilusão.
Se é escassa a liberdade pelas ditaduras,
Mais parco é o que sinto no meu coração.
A solidão assim já doi,
É água mole em pedra que me mói.
E eu não sei como vou estar,
Quando um novo dia for nascer,
O que me irá, então, mostrar
Um espelho que me possa ver?
Ah! Este círculo viciado já não tem mais fim,
Eu quero a aurora para mim!
Procuro respostas,
Não de saudade em rodapé ou solidão.
Que a solidão assim já doi,
É água mole em pedra que me mói.
Logo à noite, mais uma vez, tudo será igual,
Não sei há quanto tempo dura a monotonia
Não quero ser um fantasma assim transcendental
Na vida eu procuro descobrir minha alegria,
Quero ser um ser simples e não fenomenal.
Não pode a minha vida virar conto ou fantasia,
Preciso da velha rotina, assim habitual,
Não quero ir para a mesa como carne fria…
Quero ter uma companheira,
Sentir suores sem haver calor,
E não ter medo de asneira
Que seja feita apenas por amor.
Um qualquer sonho se não for sonhado
Só vai saber a algo requentado.
Tudo é inútil e não faz qualquer sentido assim,
Na vida que vivemos, se não formos um par
Pelo caminho a baixo, caminhando…
Assim, rumo ao destino que queremos,
Na senda intensa da paixão,
Sem a saudade ou a solidão.
Que a solidão assim já doi,
É água mole em pedra que me mói.
Vem, por favor, dizer que me amas,
Que agora me procuras perdidamente pelas camas,
Que queres ter a vida aqui, junto de mim e eu de ti,
Porque somos um fogo que não perde as chamas.
A solidão assim já doi,
É água mole em pedra que me mói.
Não quero mais andar contidamente sem o teu amor,
Vagabundo da noite, não!
Já basta de sentir a dor,
Preciso do Sol a nascer na escuridão
E acabar por fim a solidão.
Que a solidão assim já doi,
É água mole em pedra que me mói.
Vagabundo da noite, entre sombras escuras,
Não reconheço a dor desta solidão,
Talvez porque sem luz não vejo amarguras,
Talvez porque isolado não sinto a paixão.
Que a solidão assim já doi,
É água mole em pedra que me mói.
Não quero mais andar
Perdidamente sem o teu amor,
Vagabundo da noite, não!
Já basta de sentir a dor,
Preciso do Sol a nascer na escuridão
E acabar por fim a solidão.
Que a solidão assim já doi,
É água mole em pedra que me mói.
Quero ser um ser simples e não fenomenal.
Não pode a minha vida virar conto ou fantasia,
Preciso da velha rotina, assim habitual,
Não quero ir para a mesa como carne fria…
A bruma e o silêncio não são formas puras,
E a Lua por ser Nova é uma ilusão,
Se é escassa a liberdade pelas ditaduras,
Mais parco é o que sinto no meu coração.
Que a solidão assim já doi,
É água mole em pedra que me mói!
Gil Saraiva
IV
"VEM CÁ, AMOR”
Vem cá, amor.
Tu conheces-me bem, eu estarei aqui.
Deixa que o nosso amor veja a luz do dia.
Tu sabes que eu jamais fugirei de ti,
Entendes que és a fonte da minha alegria.
Olá, amor.
Sou eu mais uma vez a insistir.
Eu sei que Cronos e Morfeu saíram juntos,
Levando Vénus e Cupido para a festa, à boleia,
E que o tempo simplesmente adormeceu.
Vá lá, amor,
Dá tempo ao tempo para que ele acorde,
Espera um pouco que se afaste de Morfeu.
Se o tempo parou nesse momento
Ainda temos tempo para tentar de novo.
Amar, amor,
É como correr, sorrindo, a maratona,
É preciso energia para não parar,
As dores da corrida vão desaparecer
E a meta podemos atingir juntos, os dois.
Vem cá, amor.
Tu conheces-me bem, eu estarei aqui.
Deixa que o nosso amor veja a luz do dia.
Tu sabes que eu jamais fugirei de ti,
Entendes que és a fonte da minha alegria.
Lutar, amor,
Temos de ser ambos contra a pandemia,
Reacendendo a chama da nossa paixão,
Que o distanciamento não vai triunfar,
Se juntos estivermos nesta guerra fria.
Sabes, amor,
A confiança cega que eu tenho em nós?
Vamos experimentar de novo prosseguir na vida,
De mão dada seguir rumo ao por-do-sol,
Para entrarmos na noite com os corpos nus.
Já está, amor,
Cúpido e Vénus esperam, por nós, lá fora,
Não se desperdiça amor por aquela palha,
Orgulho, teimosia, lágrima ou mania,
Nada pode ditar, à toa, o nosso fim.
Vem cá, amor.
Tu conheces-me bem, eu estarei aqui.
Deixa que o nosso amor veja a luz do dia.
Tu sabes que eu jamais fugirei de ti,
Entendes que és a fonte da minha alegria.
Vem já, amor!
Gil Saraiva
15 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.