Livro de Poesia - Eco dos Sentidos: Meditando - X
X
"MEDITANDO"
Brada o pincel, contra
A tela, irado
Pelo fervor frenético
Que a mão
(Veículo último
Da inspiração de um homem),
Lhe imprime
De forma apocalíptica...
Banhado de cor
Grita as imagens
Da mente,
Que gere seu movimento,
Na tela
Antes crua de sentir...
Escorrega
Entre materiais anacrónicos
Que, pelo génio conjugados,
São vassalos da dor,
Da euforia,
São sinónimos da mão
De um criador...
Grita,
Brada,
Mas não chora,
Medita apenas...
Medita nos estros,
No âmago e no ser,
Procura a essência
“Cromográfica” das formas.
Dos conteúdos,
Dos Sentidos…
Procura, como quem,
Meditando no estado da alma, da vida,
Da chegada e partida
De sentimentos e emoções,
Espera encontrar a pura
Adrenalina do ego e dos corações,
Por entre arritmias saudáveis,
Entre o querer e o crer,
O ter e o desejar,
O Amor e o amar…
Meditando,
Enquanto o pincel brada,
Mas não chora,
Enquanto o pulso mostra o relógio,
Que vai marcando a hora.
Por onde andas meu amor?
Questiono eu, sem ti, ali, ainda
Meditando…
Gil Saraiva