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Estro

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Livro de Poesia - Ântumos Implexos dos Airados: Loucura de Mulher - XVII (Último)

Loucura de Mulher.jpg                     XVII

 

“LOUCURA DE MULHER”

 

Pelos cabelos,

De um maduro trigo,

Um rosto nasce simples, divinal.

E perco-me na obra,

Sem igual,

Por apanhar um sorriso doce,

Singelo, diria mesmo amigo,

Rindo como quem ri para consigo,

Nessa boca de beijos, sensual.

 

Erguem-se uns seios hirtos, naturais.

Move-se o tronco

Sem notar o perigo

Que um ser-se assim

Provoca noutro ser que o observe,

Mesmo que de passagem

E que fique assim retido na paisagem.

 

O caminhar faz os homens volver,

Olhar para trás

Para confirmar,

Como quem viu

E não quer crer,

Como quem pensa

Que está a imaginar.

 

Ancas perfeitas,

Ventre de morrer,

Mulher de sonho assim é,

Por ventura,

O sonho de um homem,

Na loucura!

 

Podes ser tu essa mulher,

Não precisas de ser um ser perfeito.

Podes ser magra, gorda, linda ou vulgar

Que o que importa mesmo é como o meu olhar

Te vê na loucura do que sou e do que sinto!

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia - Ântumos Implexos dos Airados: Dunas - XII

Dunas.jpg   XII

 

“DUNAS”

 

Será preciso o toque para se amar alguém?

Não posso responder assim, de ânimo leve,

Por tudo o que sente a humanidade.

Todavia, para mim, que nunca te toquei,

Tu és a minha pérola oriental,

Para mim, que nunca te cheirei ou sequer senti,

Tu és real como o sangue vermelho e fluído

Que me corre de mansinho nas veias.

 

Como a água que mata a minha sede

Tu és a fonte que sacia o meu desejo.

E a tudo isto eu gostaria de chamar amor,

Porque nada mais há de tão belo,

Tão perfeito, tão divino e tão terreno

Do que o sentir que vem de dentro.

 

Ao pensar nos teus seios de mulher

A imagem que se forma é de beleza eterna,

De perfeição, de arrepio que ilumina o estro

E que a História soube eternizar.

Embora poucas palavras pareçam existir

Para se descreverem as sensações plenas

Que podem uns seios despertar.

 

Seios, são como dunas desenhadas pelo vento

Onde dedos suaves nelas deslizam

Ajustando a forma, a consistência ou rigidez.

Esqueçam os exageros absurdos da pornografia

E lembrem os clássicos que, cada um a seu jeito,

Na mestria da sua arte nos apresentam essas dunas,

Sejam eles os escultores, os pintores, os fotógrafos

E os poetas, que as eternizaram num épico

Erotismo pleno de emoção, quase loucura.

Pensem no respirar das dunas à beira-mar,

Húmidas de oceano, com movimentos suaves,

Que em plano horizontal apontam ao infinito.

Será preciso o toque para se amar alguém?

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia - Os Anexins de um Vate Sólito: O Amor Dessa Mulher - XXXVII

O Amor Dessa Mulher.jpg                   XXXVII

 

"O AMOR DESSA MULHER"

 

Perguntam-me o que tenho e pouco digo.

Querem saber se agora algo vai mal.

Tentam subir à força o meu moral,

Procuram mesmo, até, um inimigo.

 

E chega a haver quem pense que há perigo,

De que algo aconteceu de irracional:

Talvez a pandemia em Portugal

Ou um embargo estúpido de trigo.

 

Como se qualquer coisa assim, à solta,

Justificar pudesse o meu tormento,

A que não vou chamar de sofrimento,

 

Mas sim, talvez, de angústia ou de revolta.

Pois quase posso ter o que quiser,

Menos forçar o amor dessa mulher.

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia - Os Anexins de um Vate Sólito: O Sonho do Idealista - XXXVI

O Sonho do Idealista.jpg               XXXVI

 

"O SONHO DO IDEALISTA"

 

A cor suave de uma pele macia,

A sombra assim tão leve do pudor,

Uns olhos vivos, rindo por amor,

Por cima de um sorriso que sorria,

 

A tudo isso eu sei que pertencia.

Uns seios que, no peito, davam cor

Ao ar que se respira no calor,

Onde esta minha alma se aquecia.

 

Uns gestos meigos, postura divinal,

Cintura, ancas, coxas, um assombro

De cabelos descendo até ao ombro.

 

Um corpo de mulher, um ideal.

Eu sei que esta beleza, jamais vista,

Foi sonhada por um idealista.

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia - Os Anexins de um Vate Sólito: Ser Mulher... no Fim do Dia - XXIX

Ser Mulher no Fim do Dia.jpg                           XXIX

 

"SER MULHER… NO FIM DO DIA”

 

Pelo nome ninguém diz se é capaz,

Quanto ao feitio, é espevitada.

Contudo, no nariz, arrebitada,

Consegue ser Maria ou rapaz.

 

Mas pode ser mulher e ser mordaz,

Mostrar, nuns olhos grandes de mimada,

Um ar gaiato de fera amansada,

Um coração batendo pela paz.

 

Cabelos de tufão, ar de bonança,

Qual chuva tropical em chão ameno

(Às vezes nem se dá pela mudança)

 

E o rosto antes zangado é já sereno.

É Roma, a capital, e é Pavia,

Sabe bem o que quer, no fim do dia.

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: O Ser Mulher - I

O SER MULHER.jpg

          I

 

“O SER MULHER”

 

O ser mulher exige algo que assim,

por vezes, eu não estou disposta a dar.

A culpa é cultural e ao me irritar,

Não me ajuda a vencer. Não vem de mim.

 

Mas porque tenho eu de ter um fim

Ou uma forma para me integrar?

Eu sou apenas mais algo invulgar,

Que é diferente. Nada mais… enfim…

 

Não me venham, com regras e atitudes,

Dizer-me como agir, como hei de ser,

O que busco eu sei bem. Como viver

 

Cá, com os meus defeitos e virtudes.

Amar não é prisão, não traz correntes,

Todos podem amar sendo dif’rentes!

 

Ariana Telles

 

 

 

Livro de Poesia - Estrigas do Dilúculo dos Lamentos: Vós - XX

Vós.jpg

 XX

 

"VÓS"

 

Vós ó mulher, amiga ou namorada;

Vós ó vida, na qual existe alguém;

Vós ó beleza, em vós simbolizada;

Vós ó terna menina, meiga mãe;

 

Vós que sois nada mais que um simples nada;

Vós procurais o quê? Procurais quem,

Por entre a multidão, de madrugada?

Que desejais de mim, ó seres do além?

 

Vós sois carnes sedentas de desejo...

Vós sois cardos, nos homens, entrançados...

Vós ó arte pintada em azulejo,

 

Vós ó fonte da vida, dos pecados,

Que mais quereis de mim, neste momento,

Se a vós eu entreguei já meu talento?...

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia - Sintra-me: XII - Selvagem

Selvagem.jpg

      XII

 

"SELVAGEM"

 

Passas rebelde, sem olhar ninguém,

Sorris de vida, procuras amor,

Tens a garra e a força do Condor

E duras as palavras para quem

 

Tenta deter-te a ti, sem vir por bem...

Tens no brilho do olhar um fogo, ardor,

Felino de vontades e fulgor,

Ansioso de ser feliz também...

 

Amas de coração, sem ser problema,

E não pareces ser essa ternura,

Que ocultas lá no fundo, em forma pura,

 

Soberana de vida, um diadema!...

Rainha és, num trono de coragem,

Mulher entre as mulheres... mais: Selvagem!

 

Gil Saraiva

O Dia Internacional da Mulher - Estro - Brumas da Memória

O Dia Internacional da Mulher.jpg

"O DIA INTERNACIONAL DA MULHER..."

 

O outro dia

Foi o Dia Internacional da Mulher,

Mas...?

Então... e hoje...?

E os outros trezentos

E sessenta e quatro dias

De quem são?

 

Um, eu sei...

Onde há peru ou leitão...

É Natal,

Dia do Rei,

Do Papa ou do sacristão...

 

Outro ainda eu conheço,

É terça de Carnaval,

Tem também um da Criança

E outro dos Namorados...

Mas que nos importa afinal

Esses dias de lembrança,

Seja dia de Finados

Ou dum longo tempo Pascal?

 

E o dia do ladrão?

Da alegria? Da velha?

Da fome ou da tradição...?

Ninguém me diz quando são?

 

O Dia Internacional da Mulher...

Mas que coisa que inventaram,

Um dia que aproveitaram

Para enganar… quem quiser...

Exploram e chamam fraco

Ao sexo feminino...

Esse bebé é menino?

Ou… a menina está bem?

Não!

Eles não enganam ninguém!

É medo... Eu sei!

É medo que fique forte...

Dão-lhe um dia, fazem corte,

E através dele criam lei...

Mas que grande hipocrisia,

Dos senhores da valentia...

 

O outro dia

Foi o Dia Internacional da Mulher.

Mas...? Então... e hoje...?

E os outros trezentos

E sessenta e quatro dias de quem são?

 

São daqueles a quem

Um seio materno

Deu vigor, amor, dedicação...

São daqueles por quem

Esse ser terno

Sentiu dor, fome,

Raiva, humilhação...

Nos outros dias do ano,

Nos dias do dia-a-dia,

Eu vejo a panela ao lume,

A casa passada a pano,

A rotina do costume:

Roupa cosida, lavada,

Comida bem preparada,

Casa pronta,

Chão esfregado,

E o soalho encerado...

Mais o trabalho lá fora,

Pago por meio ordenado,

Se quiser ou vai embora...

 

Nos outros dias do ano

Sexo fraco

É para manter,

Assim manda o soberano,

Porque assim é que é viver...

 

Ter que ser mãe

E ser escrava,

Fazer tudo e calar só.

Andar descalça na lava

E depois limpar o pó...

E não esquecer o marido,

Pois o pobre homem,

Coitado,

Deve estar aborrecido,

Se deve sentir cansado,

Porque cansa

Ser servido

E dar ordens bem sentado...

 

O outro dia foi o Dia Internacional da Mulher…

Mas...? Então... e hoje...?

E os outros trezentos

E sessenta e quatro dias

De quem são?

 

Não importa!

Mulheres do mundo inteiro,

Digam: Não!

No Paquistão,

Ou no mais simples outeiro...

 

Desse dia da mulher

Façam um dia de luta!

Porque há de a mulher

Ser puta e o homem

Garanhão?

 

Nesse dia da mulher

Façam vigílias e luto

Contra o Patriarca bruto,

Neste mundo

De tabus e repressões...

Digam bem alto,

Gritando:

"- Chega de humilhações!"

Que esse dia da mulher

Seja apenas mais um dia

Para as que já conquistaram

O que mundo lhes devia...

 

Porém,

Para a maioria:

É o dia da revolta,

Não de festa,

Mas de garra,

De uma garra

Que se solta

Para acabar a fanfarra,

Para impor a igualdade,

Para conquistar:

Liberdade!

 

O outro dia

Foi o Dia Internacional da Mulher...

 

Gil Saraiva

Livro de Poesia - Gota de Lágrima: O Dia Internacional da Mulher - IX

O Dia Internacional da Mulher.jpg

                  IX

 

"O DIA INTERNACIONAL DA MULHER..."

 

O outro dia

Foi o Dia Internacional da Mulher,

Mas...?

Então... e hoje...?

E os outros trezentos

E sessenta e quatro dias

De quem são?

 

Um, eu sei...

Onde há peru ou leitão...

É Natal,

Dia do Rei,

Do Papa ou do sacristão...

 

Outro ainda eu conheço,

É terça de Carnaval,

Tem também um da Criança

E outro dos Namorados...

Mas que nos importa afinal

Esses dias de lembrança,

Seja dia de Finados

Ou dum longo tempo Pascal?

 

E o dia do ladrão?

Da alegria? Da velha?

Da fome ou da tradição...?

Ninguém me diz quando são?

 

O Dia Internacional da Mulher...

Mas que coisa que inventaram,

Um dia que aproveitaram

Para enganar… quem quiser...

Exploram e chamam fraco

Ao sexo feminino...

Esse bebé é menino?

Ou… a menina está bem?

Não!

Eles não enganam ninguém!

É medo... Eu sei!

É medo que fique forte...

Dão-lhe um dia, fazem corte,

E através dele criam lei...

Mas que grande hipocrisia,

Dos senhores da valentia...

 

O outro dia

Foi o Dia Internacional da Mulher.

Mas...? Então... e hoje...?

E os outros trezentos

E sessenta e quatro dias de quem são?

 

São daqueles a quem

Um seio materno

Deu vigor, amor, dedicação...

São daqueles por quem

Esse ser terno

Sentiu dor, fome,

Raiva, humilhação...

Nos outros dias do ano,

Nos dias do dia-a-dia,

Eu vejo a panela ao lume,

A casa passada a pano,

A rotina do costume:

Roupa cosida, lavada,

Comida bem preparada,

Casa pronta,

Chão esfregado,

E o soalho encerado...

Mais o trabalho lá fora,

Pago por meio ordenado,

Se quiser ou vai embora...

 

Nos outros dias do ano

Sexo fraco é para manter,

Assim manda o soberano,

Porque assim é que é viver...

 

Ter que ser mãe

E ser escrava,

Fazer tudo e calar só.

Andar descalça na lava

E depois limpar o pó...

E não esquecer o marido,

Pois o pobre homem,

Coitado,

Deve estar aborrecido,

Se deve sentir cansado,

Porque cansa

Ser servido

E dar ordens bem sentado...

 

O outro dia foi o Dia Internacional da Mulher…

Mas...? Então... e hoje...?

E os outros trezentos

E sessenta e quatro dias

De quem são?

 

Não importa!

Mulheres do mundo inteiro,

Digam: Não!

No Paquistão,

Ou no mais simples outeiro...

 

Desse dia da mulher

Façam um dia de luta!

Porque há de a mulher

Ser puta e o homem

Garanhão?

 

Nesse dia da mulher

Façam vigílias e luto

Contra o Patriarca bruto,

Neste mundo

De tabus e repressões...

Digam bem alto,

Gritando:

"- Chega de humilhações!"

Que esse dia da mulher

Seja apenas mais um dia

Para as que já conquistaram

O que mundo lhes devia...

 

Porém,

Para a maioria:

É o dia da revolta,

Não de festa,

Mas de garra,

De uma garra

Que se solta

Para acabar a fanfarra,

Para impor a igualdade,

Para conquistar:

Liberdade!

 

O outro dia

Foi o Dia Internacional da Mulher...

 

 Gil Saraiva

 

 

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