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Estro

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Livro de Poesia - O Donaire do Proterótipo Ordinário: Acho Que o Mundo é Portugal - VIII

Aco Que o Mundo é Portugal.jpg                               VIII

 

"ACHO QUE MUNDO É PORTUGAL"

 

Eterna é a perfeição e não o Homem.

Perfeito é o sonho e não o ato.

Sonhar é ver a luz e não o ser.

Já a luz só é mensagem para quem vê.

Ver não é saber, apenas se resume a testemunho.

Testemunhar é olhar o arco-íris

E não é compreender a física da Terra.

Terra há muitos que a trabalham

E não são assim tantos aqueles que a têm.

Ter é poder e conquistar e nada tem a ver com perfeição.

 

Confundem-se conceitos e defeitos,

Verdades com aparências e ilusões,

Porque nem toda a gente tem no sítio

Aquilo que se conhece por aptidões.

Nem sempre usamos a palavra certa

Trocamos razões por canhões

E geramos assim tão facilmente

A mais singular das confusões.

Se o arco-íris é mero acontecer,

Já o crepúsculo implica entardecer

E noite é noite e não escuridão e breu

Até porque existe a Lua Cheia.

Acontecer exige o ato em si e não a causa,

Que o ato é luz e não promessa.

Que a luz é mais do que o sonho

E menos do que o pensar.

O sonho é o produto do Homem, não das coisas.

 

Quanto ao Homem, este, é ser e não saber.

Porque o ser é perfeição e não é dúvida,

Que a perfeição é busca e é humana

No conceito, na forma, no progresso

E nada tem a ver com exterior

E muito menos com verso ou universo.

Pode o Homem ser eterno e não mortal?

Enquanto luso, eu acho que mundo é Portugal!

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia - Plectros de um Egrégio Tetro Umbrático: Pelas Bocas do Mundo - XVI

Pelas Bocas do Mundo.jpg

             XVI

 

“PELAS BOCAS DO MUNDO” 

 

Ouvi alguém dizer, faz pouco tempo,

Que o mundo está em vias de extinção.

Que o Homem devia, quanto antes,

Preparar o êxodo, a grande migração,

Por ser preciso tentar, enquanto é tempo,

Salvar a Terra da autodestruição.

 

Oiço muitos disparates no café,

Nas redes sociais são às mãos cheias,

Teorias imaginadas num simples rodapé,

Sobre mais uma fatal conspiração,

Criada no mundo das ideias.

 Coisas vindas de uma ou outra negação,

Disparates, mentiras, cefaleias,

Mas sempre ornadas de aberração.

 

Há quem queira fugir pela Via Láctea,

Rumar ao infinito e mais além,

Subir pelas encostas do universo,

Tentar, pelas estrelas, a fuga no espaço,

Como se fosse possível cada passo,

Só porque alguém

O pôs em verso,

Numa bíblia escrita por ninguém.

 

Vivemos desafios a cada dia,

É verdade, não há como negar,

Hoje é o ambiente, a pandemia,

Amanhã será a guerra, o oceano, o mar.

A cada momento um problema,

Uma charada, uma loucura, uma ilusão.

Varia na atualidade o tema,

Isso é claro, na verdade, com certeza,

Sempre nasce um novo lema, por segundo.

Tudo se transforma, é essa a natureza,

Mas não pelas bocas do mundo.

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: Adeus Mundo - XIX

Adeus Mundo.jpg

       XIX

 

"ADEUS MUNDO”

 

O Comboio vem perto, está chegando.

Eu entro. Sem saudades, vou partir.

P´ra mim nem tempo há p’ra refletir,

Agora que o fim vem se aproximando.

 

A máquina, p’la linha, caminhando,

Como eu, vai-se embora sem sorrir

E, como eu, parece não sentir

Os trilhos prateados terminando.

 

Eu fiquei assim de alma enegrecida,

Já não vejo beleza num poente.

Chegou agora a minha despedida.

 

Não sinto, em minha cara, o Sol ardente.

Eu já não vejo, em mim, sinal de vida.

Adeus mundo infeliz que me não sente!

 

Ariana Telles

 

 

 

Livro de Poesia - Divagações Quase Líricas - Fado Portugal em Três Cantos - XVII - Canto Depois - Da Alma ao Mundo - II

Fado Portugal Canto Depois.jpg

                   XVII

 

                     II

 

"FADO PORTUGAL EM TRÊS CANTOS"

 

                Canto Depois

 

          “Da Alma ao Mundo”

 

Fado é saudade e amor,

Tragédia, desgraça, sina,

Destino, Ciúme, Dor,

Noite, cidade, varina…

 

O Fado é vagabundo,

É a voz que grita ao vento,

De que existe neste mundo,

A dor de um só momento…

 

O Fado é choro de um Povo,

Canta da Alma seu mal,

Seja velho, seja novo,

O Fado é Portugal!!!

 

A nossa bandeira é Fado,

Republicano atrevido,

Dos que lutam lado a lado

P'lo Povo que lhes é q'rido.

 

O Fado é vermelho sangue,

Verde esperança maior,

Mas nunca bandeira exangue

Porque amarelo é suor.

 

O Fado é choro de um Povo,

Canta da Alma seu mal,

Seja velho, seja novo,

O Fado é Portugal!!!

 

Da Humanidade ele é

Património Imat'rial,

Disse a UNESCO que até

É do mundo um Bem Oral.

 

Disso nada sabe o Zé

Povinho, apenas contar,

O que a cada pontapé

A vida o leva a cantar.

 

O Fado é choro de um Povo,

Canta da Alma seu mal,

Seja velho, seja novo,

O Fado é Portugal!

 

Gil Saraiva

 

Nota: Trilogia de Fados criada para o meu amigo fadista “Zé de Angola”

 

 

 

Livro de Poesia - Paradigmas do Meu Ego: Vem

Vem.jpg

"VEM"

 

Vem...

Extraterrestre que o céu

Ao Homem te entregou

Porque as fábulas não servem pra sonhar!

 

Vem...

Fantasma que a casa

Ao anoitecer expulsou

Porque as fábulas não são para assustar!

 

Vem...

Sereia que o mar

Um dia rejeitou

Porque as fábulas não sabem nadar!

 

Vem...

Lobisomem que a Lua

Uma noite abandonou

Porque as fábulas não vivem ao luar!

 

Vem...

Abominável Homem que a neve

Uma manhã desmascarou

Porque as fábulas não sabem hibernar!

 

Vem...

Vampiro que a noite

Ao nascer da aurora atraiçoou

Porque as fábulas não vivem a sangrar!

 

Vem...

Loch Ness que o lago

Da eterna neblina se acabou

Porque as fábulas também têm de acabar!

 

Vem...

Conto de fadas, mito, animação,

Mistério oculto no fundo mais profundo,

Bruxedo, animal, pré-histórico, ladrão,

Mágico, mago, astronauta em novo mundo...

 

Vem...

Venham... bruxa, fada, feiticeira, anjo,

E porque não um pouco de diabo,

Adamastor nas dobras de outro cabo!

 

Vem...

E sejas conto, fábula, ou página de história,

Ou auto da derrota ou da vitória,

Mito, religião, Bíblia, mentira,

Credo, cruzes e um pouco mais de fé...

 

Vem...

Venham encher com tudo isto esta minha alma

Que ficou cega, vazia, nua,

Abandonada...

E quer poder sonhar

E ser amada

Mesmo que o preço seja não ser nada!

 

Vem...

Porque as fábulas não servem pra sonhar!

Porque as fábulas também têm de acabar!

 

Gil Saraiva

 

 

Livro de Poesia: O Próximo Homem II - O Próximo Homem

Homem.jpg

"O PRÓXIMO HOMEM"

 

Há sempre um Próximo Homem

Para onde quer que seja...

 

Do: soldado ao comandante,

Marinheiro ao almirante,

Varredor ao vereador,

Segurança ao diretor,

 

Há sempre...

Desde o sacristão ao Papa,

Do lixeiro ao presidente,

Em qualquer ponto

De um mapa,

Do ausente ao residente,

 

Há sempre...

Um Próximo Homem

Para onde quer que seja:

 

Porque o mundo continua

E nada pode parar,

Desde o tráfego da rua,

Às rotas do céu e mar...

Tudo tem alternativa,

Pra tudo ter solução,

Pois em qualquer narrativa,

Desde a Bíblia ao Corão,

 

Há sempre um Próximo Homem

Para onde quer que seja...

 

Mas nestas democracias,

Deste Mundo Ocidental,

Por entre burocracias

E fundos do capital,

Pesa o voto de quem vota,

Não sem a legal batota

Da promessa original

 

Porque:

Há sempre, um Próximo Homem

Para onde quer que seja...

 

Seja homem ou mulher

Será o que convier...

Mas sempre haverá um próximo,

Um alguém, um outro ser,

Que virá depois do outro e do outro que vier...

 

Se eu for o Próximo Homem

De um outro que hoje saiu,

Haverá um outro então,

Que ainda não se previu,

Que depois de mim virá

E não sei o que fará, porque:

 

Há sempre... um Próximo Homem

Para onde quer que seja...

 

E havendo... que viva o Próximo Homem ...

Porque o outro já não está...

O dilema surgirá só quando

O Próximo Homem

Não tiver um outro alguém

Para o Próximo ser também...

 

Gil Saraiva

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