XI
"JÁ SE VAI..."
Vem
Voar comigo entre palavras...
A volta ao mundo daremos
Em segundos pela "net"...
Vem!
Temos a riqueza suprema
Dos "chats" que trocamos,
Em letras que tudo dizem
Nas frases que em conjunto
Constituem um sentido...
Vamos
Sentir o vento
Nos acentos das palavras...
O mar em cada til
Salgado de emoção...
Vem!!!
Vamos provar
As nossas bocas
Nos símbolos simples
Das chavetas...
Ah!
Vem!...
Que "net" é lenta ainda
Mas a noite é curta
E já se vai...
Gil Saraiva
X
"POSSA SER EU!"
Meu amor...
No espaço diminuto do meu cérebro
Não consigo enclausurar o amor que sinto...
É vasto demais,
É denso, é forte,
E nem zipado cabe entre neurónios...
Poderia eu arquivá-lo nessa rede,
Aquela a que chamamos de Internet,
Em servidores sem fim...
"Terabytes" e "Terabytes" de sentir...
Mas é pequena a "Net",
É curta, é vã...
Ah, mas então...
Só dessa forma se tornaria a rede
Um sentimento só,
Somente e apenas...
Mas tanto ficaria por expressar,
Pois está por inventar o “chip”
Ou a memória
Que possa processar o verbo amar
Com a dimensão e a dignidade
Que este deve possuir...
Porém...
Um processo existe, um meio, uma forma,
De saberes, ó meu amor, o quanto te amo...
Há um condensador do meu sentir
Que podes ler sem erro,
“Bug” ou vírus
Que o afete...:
O brilho dos meus olhos quando a retina
Capta a tua imagem e a retém
Lá para lados desse órgão interno
A que teimamos dar por nome:
Coração!...
O fenómeno pode não ser sensível
À ânsia da descoberta do sentir
Através de quaisquer materiais...
Ah... Mas se amares...
Vais poder ler o brilho oculto
Aos olhos de um outro qualquer alguém
E, meu amor, que esse alguém
Possa ser eu!
Gil Saraiva