Livro de Poesia - Os Anexins de um Vate Sólito: O Ser Humano - XXIV
XXIV
"O SER HUMANO”
Bem devagar devasta o ser humano
A natureza, sem qualquer pudor.
O rio, ao vê-lo, foge incolor,
Duvidoso, o luar, se afasta insano,
Tão cansado de o ver, ano após ano.
Pelas veredas só se gasta a cor
E nas nascentes vida, sem sabor,
Contamina quem bebe, causa dano,
Por vírus e bactérias faz doentes.
Esse pálido ser quase se arrasta:
Boca, nariz, olhar murcho, uma pasta,
Flácido, cavernoso, ombros pendentes.
Se o ser humano der o salto agora
Talvez se salve a Terra que ele ignora…
Gil Saraiva