Livro de Poesia - Sintra-me : XXXI - Pandora
XXXI
"PANDORA"
Na secreta penumbra de meu quarto
A noite chega esbelta, uma vez mais,
Com abraços divinos, nupciais,
Me aquecendo o sangue de lagarto...
Ligo o computador e outra vez parto
P’la caixa de Pandora, como um cais,
Em que o barco sou eu e outros mortais
Com quem as minhas letras eu reparto...
Nesta mágica caixa sem demora,
Buscando o raio dourado de outro Sol,
Em mundos onde eu possa ser farol,
Eu procuro o segredo de Pandora...
Que a bruma se desfaça, finalmente,
Que o mistério passou a evidente!...
Gil Saraiva