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III
"REFÚGIO"
Tenho um refúgio, só meu, de mais ninguém,
Para onde eu vou, quando me sinto triste,
Quando me sinto em baixo,
Quando eu não me sinto eu…
Sim! Aqui, precisamente aqui,
Nestes lugares onde escrevo,
Onde descrevo os recantos da minha mente.
Aqui, onde não existe tempo,
Entre a caneta e o papel,
Entre o teclado e o monitor,
Entre mim e o que escrevo.
Aqui, onde o tempo não conta
Enquanto estou a sós com a minha alma,
Aqui onde e quando, como que por milagre,
Sou em mim o universo imenso.
Penso em ti… No que tu és, nas coisas que fazes,
No que te constitui, naquilo que representas para mim,
E a minha memória recorda-me
Os dias em que me chamavas amor,
Em que gritavas que me amavas,
Em que dizias ser parte de mim.
Mas, ah! Não! Não tenhas pena da situação,
De nós, nem do passado,
Pois tu sabes que não sou de ter pena
E que deploro os coitadinhos.
Não! Não terás de ficar triste amanhã
Pois eu sou um ser feliz.
Apenas o hoje conta.
O já e o agora.
Apenas eles importam realmente.
Neste refúgio da minha alma estou morto de saudades,
Já saíste de casa há tanto tempo, meu amor, há mais de cinco minutos…
Afinal, diz-me querida… quanto tempo demoras na cabeleireira?
Gil Saraiva
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X
“OS CHALÉS”
Como peças de um grande dominó
Os chalés vestem a encosta
Do Morro de S. Paulo: É Portaló…
Se do Pessoa eu vejo bem o porto
Nos outros se tem igual conforto…
Temos Zélia Gatai, Voltaire
E Jorge Amado,
José de Alencar, Júlio Verne,
José Saramago…
Temos Marguerite Duras
E emoções
Seja em Machado de Assis,
Luís de Camões,
Nas aventuras
De Alexandre Dumas,
Joaquim Ubaldo Ribeiro
Ou Eça de Queirós
Por entre as brumas…
Castro Alves tem também telheiro,
E nem os miseráveis são refugo
Pois que aqui tem também,
Seu chalé, o Vítor Hugo…
Todos estes chalés de Portaló,
Têm nomes de escritores imortais,
Porque a ilha inspira e trás à mó
Os mais férteis e profícuos cereais,
Que depois de moídos e tratados
Geram um mosto, quando combinados
Com extratos de estros especiais.
Aqui amor eu escrevo entre chalés,
O que sou, o que amo, como te adoro,
Aqui eu te descrevo como és,
Por ti eu grito, riu, gozo e choro.
Aqui a fantasia é mais real,
Nestas cabanas na mata integradas,
Chalés atlânticos, casinhas enquadradas,
Num ambiente perfeito e natural.
Jamais aqui me ouvirás pedir socorro,
Vamos ficar por cá, para sempre, querida,
Tu que és a felicidade desta minha vida
Fica comigo para sempre neste morro.
Gil Saraiva
* Parte I I - Portaló ou o Sortilégio do Paraíso
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II
“O REFÚGIO”
Venham visitar o refúgio
Dos poetas, criadores,
Dos amantes, pensadores,
Sem subterfúgio
Entrar com amor,
Vir sentir a paz
E a harmonia,
Num descanso tão consolador
Seja no pôr-do-sol
Ou no raiar do dia…
É aqui que escrevo
Eu estas linhas,
É aqui que estou
Eu deslumbrado,
Tentando colocar nas entrelinhas
O quanto aqui me sinto
Apaixonado…
O Portaló tem um manto de magia,
Algo me faz sentir
Enfeitiçado,
Como se num cerne de alegria
Fosse possível tocar
A nostalgia,
Sem ficar triste ou angustiado.
Beijar a saudade
Que já sinto deste lugar
Onde a realidade
É lagrima de mar
Em felicidade.
Aqui, neste refúgio, não estou só,
Aqui me sinto amado
E desejado,
Aqui, neste hotel de Portaló,
Nem penso no futuro,
Esqueço o passado,
Me sinto tão seguro
E só penso em pecado.
Anda amor, vem, vamos amar,
Dançar o dentro e fora,
Com loucura,
Adoro ouvir-te em êxtase gritar:
“- No refúgio, amor, mete mais.
Ah! Está tão dura.”
Gil Saraiva
* Parte I I - Portaló ou o Sortilégio do Paraíso