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Estro

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Livro de Poesia - Gota de Lágrima: Ela - II

Ela.jpg

    II

 

"ELA..."

 

Ela

Não podia estar ali...

 

Talvez...

Nos confins do pensamento,

Longe de tudo...

Não de todos!...

Um rosto jovem no sorrir...

 

Um rosto,

Com raios de Sol

Caindo nos ombros,

Em cabelos de um ouro

Que brilha no escuro...

 

O azul do mar

Repousando nas pálpebras,

De uns olhos castanhos

Que brilham também...

 

Um doce poente

Poisado nos lábios,

De uma boca que arde

E cheira a pecado...

 

Um luar de prata

Em seu meigo rosto,

De uma Lua Cheia

Que ilumina a serra...

 

Os traços de Vénus

Moldados num corpo,

Que Gaia quis tão fértil

Como sensual...

 

O entardecer

Descendo no ventre,

Qual crepúsculo

Anunciando a plenitude...

 

O sabor a sal

Colando-lhe as coxas,

Húmidas de ansiedade,

De ante prazer...

 

O toque da seda

Envolvendo os seios,

Tentando esconder

A derme perfeita...

 

O amor perdido

Em seu terno olhar,

Que busca, sedento,

Outro olhar igual...

 

E um ar de oásis

Cobrindo-lhe a pele,

Qual neblina ténue

Desejando Sol...

 

Ela...

Não podia estar ali...

 

Talvez...

Perto de alguém,

Imaginário ninguém,

A quem espera,

Um dia,

Vir a encontrar!...

 

Ela

Não podia estar ali...!

 

Não!...

Não existe tal paisagem,

Pois as quimeras

Nunca são reais!

 

Mas...

Se por força

De acasos impensáveis,

A paisagem

Não for mera miragem...

 

Se o ocaso

Realmente for poente

Que chega ante meus olhos

Suspensos na exceção,

Então... então...

 

Então tudo eu dou

Pela paisagem!...

O que sou,

O que fui

E o que serei,

O que tenho

E o que possa vir a ter...

Tudo!...

 

Porque tudo é pouco

Se puder na paisagem

Meu ser eu colocar...

Num canto,

Ali...

Mas enquadrado...

 

Ela

Não podia estar ali...

 

 Gil Saraiva

Livro de Poesia - Gota de Lágrima: Gota de Lágrima - I

Capa Gota de Lágrima.jpg

Nota do Autor:

 

                 I

 

“GOTA DE LÁGRIMA”

 

Pelo teu rosto se desenha, em movimento,

A lágrima que cai, neste momento…

 

E, se olhares para mim, não me vês chorar.

Jamais conseguirias, pois não sabes

Sequer onde ou como procurar…

Porque a gota de lágrima que choro,

É por dentro, entre a alma e o coração,

Que desce, que resvala, que ecoa,

Por não saberes o quanto eu te adoro,

Nas cavernas das saudades do meu ego

A onde a tua lágrima ocupa um oceano,

Por onde tristemente eu navego…

 

Vem, ama-me mesmo que por engano,

Vem, ó gota de lágrima que adoro,

Junta-te à lágrima que eu, agora, choro…

 

Gil Saraiva

 

Observação: Os poemas deste livro foram criados entre 2003 e 2008

 

Livro de Poesia: Portaló - Parte I - Paisagens - VIII -Morro de S. Paulo

Morro de São Paulo.JPG

 

                  VIII

 

“MORRO DE S. PAULO”

 

Ao olhar

Ressalta já o Morro de S. Paulo;

Ao recordar

Um morro de reis, de glórias

E de escravos;

Morro de histórias,

Fantasmas e de bravos;

Morro de saudade,

No tempo perdido,

Onde um minuto vale a eternidade,

Onde cada segundo tem sentido…

 

Aqui, no Morro de S. Paulo,

Das águas feitas de cristal,

Se elevando

O sonho ganha corpo, rosto, forma,

É natural…

 

E o sorriso vai edificando,

Em cada instante,

Uma outra plataforma,

Feita de natureza cativante

Como que esculpindo nova Atenas…

 

Mais do que bonito

O Morro de S. Paulo

É belo apenas!

 

Aqui,

De mãos dadas, passeamos

O nosso amor

E ele sorri, enquanto andamos,

Ao Sol e ao calor,

Por entre as lojas

Como que para nós engalanadas,

Por entre ruas estreitas,

Calcetadas,

Onde se vendem,

Quase às toneladas,

Recordações,

Que um dia,

Empoeiradas,

Nos despertam a saudade,

A nostalgia,

Dos olhares trocados naquele morro.

Objetos, símbolos, na verdade,

Do amor vivido, da alegria,

De quem dentro de ti

Não quis socorro…

 

No Morro de S. Paulo fui feliz,

Fomos amor rubro,

Intenso, enlouquecido…

Que ali se cimentou, criou raiz,

Que jamais por nós será esquecido…

 

Gil Saraiva

 

* Parte I - Paisagens ou o Sortilégio da Paixão

Livro de Poesia: Achas de um Vagabundo - Os Azares de um Homem de Sorte

Os Azares de um Homem de Sorte.jpg

"OS AZARES DE UM HOMEM DE SORTE"

 

Sou um homem de sorte!

Perguntam-me porquê?

Coisa mais simples:

Tenho a sorte de ser feliz,

Alegre,

Um otimista, enfim...

 

Mas e a Vida corre bem?

Ah... a Vida...

Essa ingrata criatura,

Sem forma ou rosto,

Nem sempre corre

Quanto mais bem...

 

Se é pra subir,

Subir na Vida,

Quase gatinha

A pobre atrapalhada.

Mas a descer é mestre,

Dá cartas,

Tem os recordes todos

E as medalhas...

Parece andar a jato,

É campeã!

 

Nos momentos sem altos

E sem baixos

Marca passo,

Conta um por um,

Como se cada passo

Fosse ouro

Que há que guardar para sempre,

Qual tesouro!...

 

É prima dos Azares a minha Vida,

Com eles convive sem pudor,

Dão-se tão bem,

No dia-a-dia,

Que chego a pensar

Se não seria melhor

Que casassem por amor!...

 

Se casa, carro, mulher,

Perco de uma vez apenas,

Diz-me a Vida que é banal...

Um azar nunca vem só!...

 

E se um outro azar houver

É normal,

É natural:

Seja a falência da firma,

Seja o que Deus quiser...

Um azar nunca vem só!

 

Mas sou um homem de sorte!

Estou vivo,

Choro e coro

Com todas as minhas forças...

E nem a madrasta Morte

Me bate à porta, faz tempo...

Para rir

Basta um sorriso

De quem me quer

Como sou...

 

Ah! Sim...

Eu sou um homem de sorte...

Tudo o resto são más línguas;

Coisas

Que o vento levou...

 

E se a tal,

A minha Vida,

Comigo quiser viver,

A sorrir

Tem que aprender,

Que eu tenho mais que fazer

Que aturar os primos dela,

Esses Azares

Sem gosto,

Viciados no desgosto...

 

Sorriam, estou bem disposto,

Pois sou um homem de sorte,

Para quem sempre é Natal

Ou Páscoa ou Carnaval...

Sou um ser dos alegres

Que sorri até para o não!...

 

Os Azares de um homem de sorte

Valem pouco, nada são!...

 

Gil Saraiva

 

 

Livro de Poesia - Quimeras de Quimera: II Estéril

Estéril.jpg

"ESTÉRIL"

 

Ali! Reparai nela, ó Salvador,

Ali, naquela casa, nesse canto,

Coberta daquele feio, negro manto,

Pertinho da lareira, num torpor...

 

Ali está ela... oh! Vede-a Senhor,

Tão jovem... tem na face o triste pranto

Escondendo-lhe a beleza e o encanto,

Descobrindo-lhe as rugas de temor!...

 

Essas marcas fatais de vil tormento,

De espera vã... de eterno sofrimento,

Num rosto por si só, superior arte.

 

Ó Senhor... do Divino Vosso Brilho,

Dai à pobre mulher ínfima parte,

Fazei com que o seu ventre gere um filho!

 

Gil Saraiva

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