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Estro

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Livro de Poesia: O Próximo Homem (Segunda Edição) - Cai o Medo - IX

Cai o Medo.jpg

      IX

 

"CAI O MEDO"

 

Cai o medo na cidade
E chamam-lhe noite.

Porém,
O Sol sorri ao Povo intimidado,
Mas para os que tremem
No calor
O eclipse aparente não existe
Pois, pura e simplesmente
Já estão cegos...

E para todos eles
As Trevas são reais...


Cegos de medo,
Sedentos de conforto e segurança,
Amantes do estável e do firme
Porque nada mais há de tão hipnótico...

Eles:
Cegos, sedentos e amantes,
São os condutores
Da noite eterna...

"- O Sol só queima o corpo,
Eu nunca o vi brilhar
Na minha alma..."

Parecem dizer as bocas mudas,
Fechadas na noite,
Cariadas de vontade própria...

Cai o medo na cidade
E chamam-lhe silêncio...

Ninguém ouve, ali, agora,
Os gritos dos amordaçados,
Calados pelo estômago,
Apagados no marasmo da noite
E do silêncio...

Cai o medo na cidade
Mas ninguém, ninguém,
Mesmo ninguém
O parece sentir...

No fundo
Todos somos autistas,
Na noite e no silêncio,
Do vil quotidiano...

O medo não vem no dicionário
É mero gene transmitido...

"- Antes sobreviver do que viver..."

Pensamos todos nós
Sem repararmos
Que o nosso pensamento é viciado...

Somos filhos da noite
E do silêncio...

Cai silenciosa a noite na cidade
E ninguém,
Mesmo ninguém repara
Pois só caiu de noite
E em silêncio...

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia: O Próximo Homem II - O Próximo Homem

Homem.jpg

"O PRÓXIMO HOMEM"

 

Há sempre um Próximo Homem

Para onde quer que seja...

 

Do: soldado ao comandante,

Marinheiro ao almirante,

Varredor ao vereador,

Segurança ao diretor,

 

Há sempre...

Desde o sacristão ao Papa,

Do lixeiro ao presidente,

Em qualquer ponto

De um mapa,

Do ausente ao residente,

 

Há sempre...

Um Próximo Homem

Para onde quer que seja:

 

Porque o mundo continua

E nada pode parar,

Desde o tráfego da rua,

Às rotas do céu e mar...

Tudo tem alternativa,

Pra tudo ter solução,

Pois em qualquer narrativa,

Desde a Bíblia ao Corão,

 

Há sempre um Próximo Homem

Para onde quer que seja...

 

Mas nestas democracias,

Deste Mundo Ocidental,

Por entre burocracias

E fundos do capital,

Pesa o voto de quem vota,

Não sem a legal batota

Da promessa original

 

Porque:

Há sempre, um Próximo Homem

Para onde quer que seja...

 

Seja homem ou mulher

Será o que convier...

Mas sempre haverá um próximo,

Um alguém, um outro ser,

Que virá depois do outro e do outro que vier...

 

Se eu for o Próximo Homem

De um outro que hoje saiu,

Haverá um outro então,

Que ainda não se previu,

Que depois de mim virá

E não sei o que fará, porque:

 

Há sempre... um Próximo Homem

Para onde quer que seja...

 

E havendo... que viva o Próximo Homem ...

Porque o outro já não está...

O dilema surgirá só quando

O Próximo Homem

Não tiver um outro alguém

Para o Próximo ser também...

 

Gil Saraiva

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