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Estro

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Livro de Poesia - Desvarios em Sol-Posto - Ninguém ou Nada - VI

Ninguém ou Nada.jpg

           VI

 

"NINGUÉM OU NADA"

(Fado do Amor Sentido)

 

Trago guardado na memória

Uma simples negra caixa,

Um registo, a minha história,

Um passear pela Baixa...

 

Um sorriso, um olhar,

E coisas que já mudaram,

Um passado por passar,

Também trago as que ficaram...

 

Mas de tudo o que passou,

Do que eu vi, do que eu vivi,

Ninguém ou nada igualou

O que ‘inda hoj' sinto por ti...

 

Lembro os amores do passado,

Os amigos, os momentos,

Quem está vivo ou acabado,

As ruas, os monumentos...

 

Lembro as mudanças já feitas

Nas fachadas, nas cidades,

Lembro ações imperfeitas,

Revoluções, liberdades...

 

Mas de tudo o que passou,

Do que eu vi, do que eu vivi,

Ninguém ou nada igualou

O que inda hoje sinto por ti...

 

E se há quem eu nunca esqueça,

Locais agora só meus,

Também há quem não mereça

Sequer o banco dos réus...

 

Tudo e todos amo enfim,

Pois tudo foi o que sou:

Histórias, um resto de mim,

Que cresceu, que se alterou...

 

Mas de tudo o que passou,

Do que eu vi, do que eu vivi,

Ninguém ou nada igualou

O que inda hoje sinto por ti...

 

Ninguém ou nada igualou

O que inda hoje sinto por ti...

 

Gil Saraiva

 

Nota: Letra de Fado escrita para o meu amigo fadista Zé de Angola.

 

 

 

Livro de Poesia: Portaló - Parte II - Portaló - IV - Mil Amores

Mil Amores.JPG

 

         IV

 

“MIL AMORES”

 

No ar, o som das aves é vida,

É luz que brilha atrevida,

É música, é alegria

Cantada, como por magia,

Em tom de felicidade

Com força, com garra, com vontade…

 

Pelas calçadas e valados

De um cinza feito de matizes,

Onde desponta, aqui e ali, a cor da terra,

Pelos arbustos salpicados

Entre o verde das copas

E o amarelo das raízes,

Por entre tons do morro

Que lembram a serra,

Pelo verde, da erva, tão garrido,

Pelas pétalas que o tornam colorido,

Por toda a parte, enfim,

Pairam aromas mil

De mil e uma flores,

Pairam partes de mim

Enfeitiçado pelo estio primaveril,

Por Portaló,

Por mil amores…

 

Mil amores de ti amada minha,

Tu que ao existires,

Me dás sentido,

Tu que me fazes rei,

Por seres rainha,

De mil amores contados

Ao ouvido…

 

Por ti eu sou alguém,

Dentro de ti, vassalo e rei,

Senhor da Bruma, e mais além

Serei

De tudo o que, por ti,

Eu conquistei.

Chamas-me e me invades

Em fervores,

Que, vindos de ti,

São mil amores…

 

Gil Saraiva

 

* Parte I I - Portaló ou o Sortilégio do Paraíso

Livro de Poesia: Portaló - Parte I - Paisagens - VIII -Morro de S. Paulo

Morro de São Paulo.JPG

 

                  VIII

 

“MORRO DE S. PAULO”

 

Ao olhar

Ressalta já o Morro de S. Paulo;

Ao recordar

Um morro de reis, de glórias

E de escravos;

Morro de histórias,

Fantasmas e de bravos;

Morro de saudade,

No tempo perdido,

Onde um minuto vale a eternidade,

Onde cada segundo tem sentido…

 

Aqui, no Morro de S. Paulo,

Das águas feitas de cristal,

Se elevando

O sonho ganha corpo, rosto, forma,

É natural…

 

E o sorriso vai edificando,

Em cada instante,

Uma outra plataforma,

Feita de natureza cativante

Como que esculpindo nova Atenas…

 

Mais do que bonito

O Morro de S. Paulo

É belo apenas!

 

Aqui,

De mãos dadas, passeamos

O nosso amor

E ele sorri, enquanto andamos,

Ao Sol e ao calor,

Por entre as lojas

Como que para nós engalanadas,

Por entre ruas estreitas,

Calcetadas,

Onde se vendem,

Quase às toneladas,

Recordações,

Que um dia,

Empoeiradas,

Nos despertam a saudade,

A nostalgia,

Dos olhares trocados naquele morro.

Objetos, símbolos, na verdade,

Do amor vivido, da alegria,

De quem dentro de ti

Não quis socorro…

 

No Morro de S. Paulo fui feliz,

Fomos amor rubro,

Intenso, enlouquecido…

Que ali se cimentou, criou raiz,

Que jamais por nós será esquecido…

 

Gil Saraiva

 

* Parte I - Paisagens ou o Sortilégio da Paixão

Livro de Poesia - Paradigmas do Meu Ego: Já Se Vai... - XI

Já Se Vai.jpg

     XI

 

"JÁ SE VAI..."

 

Vem

Voar comigo entre palavras...

A volta ao mundo daremos

Em segundos pela "net"...

 

Vem!

Temos a riqueza suprema

Dos "chats" que trocamos,

Em letras que tudo dizem

Nas frases que em conjunto

Constituem um sentido...

 

Vamos

Sentir o vento

Nos acentos das palavras...

O mar em cada til

Salgado de emoção...

 

Vem!!!

Vamos provar

As nossas bocas

Nos símbolos simples

Das chavetas...

Ah!

 

Vem!...

Que "net" é lenta ainda

Mas a noite é curta

E já se vai...

 

Gil Saraiva

Livro de Poesia: Achas de um Vagabundo - Um poema...

Um Poema.jpg

"UM POEMA"

 

Um poema

Nada tem de silencioso,

Mágico ou natural,

É sim um grito mudo

Do amago de quem escreve

Para a essência de quem lê...

 

Se for ouvido é música divina,

É arte,

É voz...

 

Mas se na valeta

Do esquecimento ele cair

Então…

O poeta morreu uma vez mais,

Mas não sem antes sofrer muito

Para além do suportável

Pelo comum dos mortais...

 

Quantos de nós,

Muito além desse sentido,

A que chamamos de audição,

Escutamos realmente o grito mudo?

 

Quantos de nós ouvimos

No marasmo do nosso quotidiano

Um só poema?

 

"-Depende..."

Dirão os mais sensíveis...

"-Eu acho que sim!"

Afirmarão os convencidos

Pelas lições que a vida

Lhes foi dando...

"-Eu escuto..."

Dirás tu

Com medo da tua própria voz...

 

Um poema

Nada tem de silencioso,

Mágico ou natural,

É sim um grito mudo

Do amago de quem escreve

Para a essência de quem lê...

 

Gil Saraiva

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