XXI
"SERRA DA LUA"
Com o entardecer, o Sol poente
Consigo trás um sopro de mistério...
Por entre o verde, a prova de um império,
Da serra ao mar, História faz presente!...
Brotam dos montes, fontes de um latente
Hino de vida, culto, presbitério...
Ancestrais brumas, entre vento etéreo,
Ao profano dão forma de imponente...
No Alto da Vigia se acentua
A dádiva dos deuses, sem pelintra...
Se eu, um Templo de Amor, erguesse em Sintra,
Na Serra que roubou o nome à Lua,
Escolheria a forma embrumescida
De um dinossauro negro rindo à vida!...
Gil Saraiva
X
"FOGUEIRA"
(Balada para quem ama...)
Quem ama, só por quem ama,
Sim, quem ama a noite inteira,
Porque amar é fogo em chama,
Do amor, faz a fogueira...
Do amor, faz a fogueira,
Faz, porque basta um brilhar
De uma brasa na lareira,
Para o incenso inflamar...
Quem ama, só por quem ama,
Sim, quem ama a noite inteira,
Porque amar é fogo em chama,
Do amor, faz a fogueira...
Se a Lua Cheia surgir,
No céu, que a bruma escondeu,
Da Serra há de emergir
A luz, que o amor escolheu...
Quem ama, só por quem ama,
Sim, quem ama a noite inteira,
Porque amar é fogo em chama,
Do amor faz a fogueira...
A luz da Serra da Lua,
Qual aura de feiticeira,
Que me transforma na tua
Acha, que ateia a fogueira...
Quem ama, só por quem ama,
Sim... quem ama a noite inteira,
Porque amar é fogo em chama,
Acha que ateia a fogueira...
Gil Saraiva
IX
“PENSO EM TI”
Penso em ti,
Aqui,
No altivo Palácio da Pena,
Por entre os ocres
E os sanguíneos das paredes,
Por entre os ferros
Das grades e portões,
Por entre as rochas
Jurássicas de saber,
Onde a bruma ocupa o vazio
Das cozinhas e salões,
Envolve os jardins
E claraboias,
Abafa a ausência de vida
E de sentido,
Enquanto a República
Cobra bilhetes de paisagem
E história
A casais de turistas
Sem romance...
Penso em ti
E sei que te amo!...
Gil Saraiva
VIII
"PALÁCIO DA PENA"
A tarde de Domingo
Respirava a bruma,
O capacete húmido da Serra da Lua,
Cujo verde tem,
Na multiplicidade das espécies,
A singularidade exótica de toda a região...
De botas de montanha,
Tu e eu, mão na mão,
Tomámos as estradas e os caminhos
Da Serra da Lua,
Rumando à natura e ao romance...
Podíamos ter partido de Sintra,
Quais exploradores aventureiros,
Até às proximidades do cabo da Roca,
Explorando o verde, por entre
Os beijos trocados, sem medo,
Ao som de rouxinóis...
Poderíamos ter seguindo
Depois pela via
Que liga Colares a Cascais,
Pela praia do Guincho,
Sentindo os salpicos da maré
Nos despertando
A alma e os sentidos...
Mas... seguimos rumo à Lua,
Senhora suprema dos amantes,
Pela estrada da Pena,
Montanha a cima,
Em torcicolos apertados,
Curvas e contracurvas,
Que se sucedem e quase sobrepõem,
Me fazendo sonhar, com as margens
Do teu corpo feito mulher...
Subimos na sombra serena e húmida
De velhas árvores, Pena a dentro,
E onde, por vezes, muitas,
Não entra a luz da Lua
Ou mesmo um raio de sol,
Mas... onde a tua áurea se funde
Com a minha... num facho de amor...
Caminhámos ladeados de muros,
Repletos de hera e musgos,
Cobertos de verdes matizes e,
Aqui e ali, molhámos os lábios,
Nas fontes frescas e cristalinas,
Nos fios de água que apuram
A sensação de humidade que,
Por todo o lado, se respira
E nos invade os corpos,
Sedentos de paixão,
E nos faz transudar
No tapete de folhagem seca...
Ao subir...
Vão rareando as quintas.
As casas...
E a Serra ganha novo verde...
A cada passo,
De um e de outro lado,
A floresta é rainha,
Por entre ciclópicos
Amontoados de rochedos
Cinza e verde,
Alguns quase que suspensos,
Parecendo prontos a desabar,
Como as nossas almas,
Arfando bruma
E amor na escalada verde...
Quase no cimo o parque espera-nos...
Passamos a Porta dos Lagos,
Monte a dentro,
Ainda de mãos dadas,
Depois outra porta mais...
Para o Castelo dos Mouros,
Que não seguimos,
E entramos no Parque,
Pela Porta Principal,
Quais conquistadores de vida,
Rumo ao triunfo de um amor...
A estrada dá-nos a volta à mente
E numa espiral, quase completa,
Atinge a mole granítica acinzentada,
Onde assenta, único e esplendoroso,
O Palácio da Pena,
Destino da rota
Que traçámos antes do entardecer...
Com um sorriso nos lábios,
De narinas invadidas pelo cheiro
Da terra molhada,
Eu recebo triunfante
O beijo
Que provém da tua boca...
É noite...
O Palácio iluminado
Está aberto ao público nesta hora...
São os quinhentos anos
Agora celebrados...
A Lua Cheia brilha de fulgor,
Ao lado do mítico edifício,
Por entre as sombras negras do arvoredo...
Tudo se queda no silêncio
Mais que profundo...
O belo torna-se real...
E, de mãos dadas,
A teu lado,
Eu descubro,
Por fim, a poesia...
Gil Saraiva
VII
"ETERNIDADE"
Quando, na Praia Grande,
Um jovem passa,
Num surfar que abraça,
Sem que abrande,
A praia, o mar,
O horizonte...
Quando a prancha é ponte
E, de fugida,
Por entre espuma, é hino,
Pelas vagas da vida,
Sem destino...
Quando, na curva, navega,
Sobre as ondas,
Livre de entrega,
Sem fios, sondas,
Rumo ao céu divino...
Quando ao mar arranca,
Pelas águas,
Um rufar, qual tambor
Em desatino...
Quando, ao Sol que desce,
A prancha desliza intemporal,
Enquanto o perigo cresce,
De forma injusta
E desigual:
Eu... vejo no surfista
A despedida:
Na forma de uma vaga,
Em agitar fatal...
Me recordando
Um momento de partida,
Em que a espuma
É o teu rosto
Em lágrimas de sal!...
Não!
Não posso mais sentir
Tamanha dor...
Meu corpo quero fundir
Com teu amor
E, mais que a saudade
Que em meu ser hoje treme,
Eu quero a força
Da vaga que geme,
O azul marinho
Da longevidade,
Eu quero, amor,
Contigo... a eternidade!!!
Gil Saraiva
VI
"SEXTO SENTIDO"
Se eu fosse um mouro,
Em seu castelo erguido
Na Serra que da Lua
Tem o nome e o sentir,
Gritando, lá do alto,
Sortilégios esotéricos
Ao povo Luso que a Serra invade,
Com sede de terra e de poder,
Para esse espaço a sangue,
Ferro e fogo conquistar...
Se eu fosse um nigromante,
Feiticeiro da Serra da Lua,
Qual mago que um tambor
Rufando enche de glória,
Senhor de Áfricas
Sem fim ou sem princípio,
Soberano dos vivos
E dos mortos evocados,
Dono da negra magia do passado,
Podendo, com meus dons,
Fazer parar as leis da guerra,
Que os continentes
De todo enfeitiçaram...
Se eu fosse o vento
Que mais forte sopra,
No altivo castelo da mourama,
Na noite tempestiva de invernos
Perdidos entre lareiras
Que as memórias não consomem,
Por mais alto
Que arda a chama,
Por mais calor
Que a lenha produza...
Imperador de tufões,
De vendavais,
Rei do sopro
Que não se esgota nunca,
Por muito que me venha zumbir
Dentro da alma,
Sussurrando-me aos ouvidos
Desesperos de infinito,
Que parecem competir
Com a velha eternidade...
Se eu fosse a dança,
Que dança e não balança,
Em sete véus mágicos de moura,
Em movimentos de ondulante ritmo,
Marcado em cada passo,
Em que a forma acompanha o som,
Como se a perfeição
Estética da vida
Pudesse traduzir a festa
Da evidente humanidade
Ou a música da alegria da vitória,
Um grito mudo de gozo e de prazer,
Que ao Homem faz viver
E reviver no espaço e tempo,
Qual passo de baile
A celebrar eventos mil
Mais do que outros já havidos...
Se eu fosse a bela primavera,
Terna de ambientes,
Florida nos caminhos,
Altiva no serrado,
Nesse Castelo dos Mouros
Amada a cada volta,
A cada curva,
Destemida e sem receio
De um dia perder a liberdade...
Enfim, uma estação solidária,
Realizada de viva esperança,
Cega de perfumes e odores
Em cada berro de vida
Que me cerca e me transborda....
Se eu fosse, por fim,
A fortaleza árabe,
Em Sintra altiva e imponente,
Ou simples mato,
Uma terra de medos,
Mistérios e surpresas,
Fonte de vida,
Abrigo de animais,
Floresta tropical,
Savana, bosque,
Ou ainda até,
E porque não,
Selva africana,
Charneca em flor,
Várzea cultivada
Na sombra da montanha...
Se eu fosse tudo isto
E muito mais,
Diria,
Como direi agora,
A mesma coisa simples
E pequena:
"- Guarda só pra ti
Os meus segredos,
Meu amor,
E vive para que eu possa viver,
Pleno de ti,
Que sem ti nada é poder!...
Espera-me nesta vida
E na outra se a houver,
Com os teus braços abertos
Por carinhos,
Enfeitada de sedas e perfumes,
Cetins, veludos
E linhos de encantar
Ou nua apenas,
Qual odalisca que sem esforço
Conquista o temível sultão...
Mas mais que tudo:
Ama o Vagabundo dos Limbos,
Ama Haragano, O Etéreo,
O Senhor da Bruma,
Este eu, cujo discurso
Se perde nas palavras,
Mas que este coração a ti doou,
Porque tu és
O meu sexto sentido!"
Gil Saraiva
V
"ADORMECER..."
Quero
Ver o brilho de teus olhos
Refletir o gozo do teu ventre...
Quero...
Porque tu,
Fronteira marginal de meu prazer,
Fonte viciada onde me banho,
És rochedo que se ergue
Junto à praia,
És terramoto,
Epicentro de mim
E tudo o mais...
Quero
Ser a maré
Que sobe à tua volta
E que torna a descer
Suavemente
Ou com a fúria das vagas,
Que, como na Adraga,
Moldam a seu belo prazer
A dura rocha....
Quero
Poder provar o sal
Das tuas ondas;
Escondendo-me à força e
À vontade;
Explodir dentro de ti
Nascente natural do meu querer,
Fonte viciada onde me venho
Para regressar, um dia,
Não sei quando...!
E quero
Poder olhar para o mundo
Sem o ver;
Sentir a multidão
Sem a sentir;
Falar com a vida
Sem falar;
Pois sei que apenas
Quero ter
A tua companhia
E saber ir
Para onde contigo
Possa estar...
Quero,
Ainda,
Que os nossos pensamentos
Se envolvam
Conforme os movimentos!...
Eu quero
Tudo amor
E tudo é pouco,
Porque o tudo é nada
Sem te ter...
Mas o que é tudo?
(Por um momento o espaço
Fica mudo
Para em seguida,
A minha voz, dizer...):
É o rever teu rosto de mar
A cada amanhecer
E já,
Indo alta a noite,
Voltar a vê-lo adormecer...
Gil Saraiva
IV
"SERRA, VÁRZEA E MAR"
Na Serra do teu corpo
O amor
Não tem fim...
Na Várzea do teu ser
O sonho
Não tem nome...
No Mar do teu existir
A vida
Não tem idade...
Tem um rosto,
Um olhar,
Que te devora faminto
De expectativas,
De êxtase,
De plenitude...
Daqui,
Deste lugar único
Onde a paisagem
É apenas tu,
Eu venero a Serra Da Lua
Jurássica no existir,
Húmida na ramagem,
Nebulosa na sensualidade,
Verde na esperança
De um palácio sem pena
De quem, sem ti,
É Rei em tempo de República...
Sou como o labirinto
De minas e secretos caminhos
Que infestam Várzea e Mar,
Montes e penedos,
Arribas e falésias,
Vales e palacetes…
Sou a passagem esquecida
Que o teu caminhar nunca percorreu
Por falta de mapa ou segurança,
Ou porque a fé
Não tem preço marcado
Nas vendas da feira de S. Pedro...
Sou como o mar
Que afaga, sem cansaço,
A rocha talhada
Pelas caricias da espuma...
Sou como o vento
Criando cavernas, pontes
E esculturas maduras
De séculos de existir,
Mas jovens na forma hirta e firme
Com que recebem
As marés a cada dia
No litoral mais ocidental
Da velha Europa...
Mas tu és a flor,
Pura na cor alva dos teus braços,
Quais pétalas de seda
Onde amordaçaria meus lábios
Para a eternidade…
Tu és o ser
Simples,
Na forma selvagem e rebelde
Com que de branco e verde
Invades a floresta de acácias e pinheiros
Sem te importares com o tamanho,
O talho ou a idade dessa flora conformada
Com a existência...
Tu és minha,
Não por registo, contrato,
Declaração ou pacto,
Mas por amor!
Eu sou o Vagabundo Dos Limbos,
Haragano, O Etéreo,
Senhor da Bruma.
Que na Serra Da Lua
Estendeu a mão
E colheu para sempre do verde
O branco,
A pincelada,
A que as gentes chamam
Flor silvestre ou gota de água...
Na Serra do teu corpo
O amor
Não tem fim...
Na Várzea do teu ser
O sonho
Não tem nome...
No Mar do teu existir
A vida
Não tem idade...
Porque tu, como as marés,
Moldas em mim,
Como se rocha eu fosse,
Os segredos da força
Que nos une,
Os sentimentos
Que nos tornam um...
Um só ser, uma só serra,
uma única várzea,
Um imenso mar...
Nas Serras do teu corpo
Eu encontro o vale
E jamais me volto a encontrar!
Gil Saraiva
III
"ERA UMA VEZ..."
Era uma vez,
Não sei bem onde,
Não sei bem quando...
Mas sei que era uma vez:
A minha vez!
(Talvez...)
Corri depressa
E não cheguei mais cedo,
Afinal a culpa era do tempo...
Desse Cronos que nos faz
Andar a horas.
Cheguei tarde,
Tarde demais...
Quem sabe?!...
Apenas por ter o relógio
Atrasado no Tempo,
Num tempo que não espera,
Mesmo quando o relógio para!
Mas cheguei,
Ah, sim, cheguei!...
Cheguei aonde era uma vez...
Lá fora,
Cá dentro,
Dentro de mim,
Que mais importa?
Cheguei e pronto!
Estou aqui,
Para quem o tempo não conta
Por mais que passe,
Para quem corre o risco
De chegar tarde
Mas corre na mesma,
A ver se,
Dessa vez,
É a que importa!
Era uma vez,
Um relógio parado no Tempo,
Perdido de funções,
Um sem sentido,
Que apenas existe e não se explica,
Mas lindo,
Divinamente belo
Aos olhares que nele buscam um Tempo,
Que ali parou sem explicação…
Daqueles que param
E ficam por instantes,
Que por breves,
A revelar que o Tempo não é tudo
E que talvez o relógio não tivesse
Vocação para dar horas,
Marcar um Tempo,
Farto de ser marcado sem sentido,
Porque a Eternidade não tem Tempo
Mas o Tempo dura eternidades!
Era uma vez,
A nossa vez,
Talvez…
Sim!
Era uma vez…
E desta vez,
Era por certo a nossa vez,
Porque afinal
Alguma vez é de vez a nossa vez!
Era uma vez…
Gil Saraiva
II
" A MENSAGEM DA TERRA"
Olá amor...
Digo eu,
Sorrindo,
Como sempre,
Séculos de felicidade,
Qual geólogo ou geofísico
Que encontra a plena realização,
De toda uma vida,
Ao julgar explicar a formação
Das cadeias de montanhas
Ou do genuíno batólito que fez nascer,
Um dia,
Num remoto passado,
A Serra da Lua...
Olá amor...
Sabes,
Minha querida,
Tu que és como a teoria
Que parece ser definitiva,
Firme,
Estática,
Mas que evolui
Pelos resultados das novas observações
De um verdadeiro existir que,
Como tu,
Entre tese e antítese,
Constrói a essência
Que te torna única...
Que te faz bela...
Que te concebe assim:
Perfeita,
Singela,
Singular…
Olá amor...
Tu és o fenómeno
Onde eu recomeço
A cada dia,
Desde o mais primitivo início,
A minha apaixonada investigação,
Observando diretamente,
A nu,
O conhecimento de ti...
Porque existo por e para ti,
Para te ver sorrir
Porque te sentes amada,
Viva e confiante…
Tu és o onde
Aonde eu procuro a confirmação
Do transcendente amor
Que me invade as veias
E me explode
O coração...
Olá amor...
Tu és a mensagem da Terra,
A voz da Serra da Lua,
O ser que me faz Sintra...
Tu és o grito celta do druida
Na Lua Cheia,
No fim de um rito único e sagrado…
Tu és o sortilégio do mago
Na bruma,
Da qual eu sou Senhor…
O elemento que transforma
A pedra em rocha,
O batólito em História,
A História em mito,
O mito em lenda,
A lenda em tradição,
A tradição em romance
E o romance
Em amor...
Olá amor...
Tu és a mensagem da Terra
O estrato mais subtil,
Mais puro
Porque, apenas em ti,
A pedra vira amor
E o sedimento:
Pilar!
Olá amor...
Tu és a árvore
Que veio de fora
E que fez verde a Serra toda...
A raiz que se expandiu
Transmitindo a palavra
Que se fez fértil,
Que se fez vida,
Que te fez tu,
Que em mim gerou felicidade!...
Olá amor...
Tu és a onda que chega
Num perpétuo renovar das areias,
Sombrias de minério,
Da Praia Grande,
De onde espalhas a tua mensagem,
Tão permanente
Como as pegadas que os
Dinossauros deixaram,
Para sempre,
Eternizadas nas rochas,
Agora verticais...
Tu és o milagre
Que me fez homem,
Que me fez servo,
Que me fez dono,
De ti e tu de mim,
Numa simbiose irrepetível
Porque verdadeira,
Sentida e universal…
Olá amor...
Tu transmites,
Pelo brilho
Da espuma e do granito,
Pela bruma,
Névoa ou neblina.
Pela magia ritual
De uma saudade,
Que amar é existir
Em fusão e harmonia...
Pois que esta é,
Na forma cristalina,
A Mensagem da Terra!
Olá amor…
E obrigado!
Gil Saraiva