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Estro

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Estro do meu ego guarda a minha poesia, sem preocupações de forma ou conteúdo, apenas narrativas do que me constitui...

Livro de Poesia - O Donaire do Proterótipo Ordinário: Nasce um Sol Dentro de Mim - III

Nasce um Sol Dentro de Mim.jpg                                  III

 

"NASCE UM SOL DENTRO DE MIM"

 

Nasce o Sol,

Começa o dia,

Aparece a primavera.

Vem chegando a alegria

Num suave verde de era.

O vento

Não assobia,

O frio

Já não se espera,

Nasce hoje o dia assim,

Nasce um Sol dentro de mim!

 

Nasce, cresce e vive assim,

Porque tu existes, querida,

E és ilusão de grandeza

Num equilíbrio aparente,

Tens força, por natureza,

És meiga, doce, atraente,

Inimiga da tristeza,

Vens da terra, és calma

És quente.

 

És linda deusa romana,

No século vinte nascida

E em Portugal florescida.

És deusa, musa, és humana,

És a carne apetecida,

És sangue na flor da vida,

Templo que ninguém profana,

Símbolo vivo de nobreza

Flor da raça lusitana!

 

Nasce hoje o dia assim,

Nasce um Sol dentro de mim!

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia - Díscolas de Runim Iaiá: Chegou o Sol - XLI

Chegou o Sol.jpg

       XLI

 

"CHEGOU O SOL"

 

Chegou bem quente o Sol pela manhã...

E chora a estrada lágrimas de asfalto,

Secam os charcos, quebra-se o basalto

E pelas arcas ganha mofo a lã...

 

Foi assim ontem, hoje... e amanhã

Promete o Sol subir inda mais alto,

Que o astro este país tomou de assalto,

Tornando a defensiva inútil, vã...

 

Chegou bem quente o Sol, chegou o V'rão,

Molda-se o vidro preso na janela,

Enchem as praias, chega a confusão...

 

Falou-me, à alma o Sol, sorriu-me a estrela,

Mas confundiu-se, mesmo estando perto,

Pensou que este meu ser era o Deserto!

 

Ariana Telles

 

 

 

Livro de Poesia - Desvarios em Sol-Posto - Quando Nasce o Sol - VII

Quando Nasce o Sol.jpg

             VII

 

"QUANDO NASCE O SOL"

(Balada da Esperança)

 

Quando um barco passa,

Ondas de horizonte...

O mar ameaça,

Polui... mastodonte...

 

Comboio, fumaça,

Carris sem destino...

Nova ameaça,

Novo desatino...

 

Quando nasce o Sol

Não queremos engodos...

Quando nasce o Sol

Nasce para todos...

 

Chamem as crianças

E ensinem p'ra elas:

Tem de haver mudanças,

Montem sentinelas!

 

(crianças)

Queremos ambiente,

A pura maçã,

Queremos novamente

Uma Terra sã...

 

Nós somos crianças

Queremos mundo novo...

Tem de haver mudanças

Para o bem do Povo...

 

Quando nasce o Sol

Não queremos engodos...

Quando nasce o Sol

Nasce para todos...

.

(banda)

Não queremos sulfatos,

Ácidos, fenol,

Fábricas sem tratos,

Guerras de paiol;

 

Não queremos sujeiras,

Borras de café,

Nem queremos lixeiras,

Nem negra maré...

 

Quando nasce o Sol

Não queremos engodos...

Quando nasce o Sol

Nasce para todos...

 

Chamem as crianças

E ensinem pra elas:

Tem de haver mudanças,

Montem sentinelas!

 

(crianças)

Queremos ambiente,

A pura maçã,

Queremos novamente

Uma Terra sã...

 

Nós somos crianças

Queremos mundo novo...

Tem de haver mudanças

Para o bem do Povo...

 

Quando nasce o Sol

Não queremos engodos...

Quando nasce o Sol

Nasce para todos!

Nasce para todos...

 

Gil Saraiva

 

Notas: 1) Letra para uma balada de esperança.

             2) Letra para a Banda de garagem “Rock Spot Alive” (anos 80).

 

 

 

Livro de Poesia: Portaló - Parte I - Paisagens - VIII -Morro de S. Paulo

Morro de São Paulo.JPG

 

                  VIII

 

“MORRO DE S. PAULO”

 

Ao olhar

Ressalta já o Morro de S. Paulo;

Ao recordar

Um morro de reis, de glórias

E de escravos;

Morro de histórias,

Fantasmas e de bravos;

Morro de saudade,

No tempo perdido,

Onde um minuto vale a eternidade,

Onde cada segundo tem sentido…

 

Aqui, no Morro de S. Paulo,

Das águas feitas de cristal,

Se elevando

O sonho ganha corpo, rosto, forma,

É natural…

 

E o sorriso vai edificando,

Em cada instante,

Uma outra plataforma,

Feita de natureza cativante

Como que esculpindo nova Atenas…

 

Mais do que bonito

O Morro de S. Paulo

É belo apenas!

 

Aqui,

De mãos dadas, passeamos

O nosso amor

E ele sorri, enquanto andamos,

Ao Sol e ao calor,

Por entre as lojas

Como que para nós engalanadas,

Por entre ruas estreitas,

Calcetadas,

Onde se vendem,

Quase às toneladas,

Recordações,

Que um dia,

Empoeiradas,

Nos despertam a saudade,

A nostalgia,

Dos olhares trocados naquele morro.

Objetos, símbolos, na verdade,

Do amor vivido, da alegria,

De quem dentro de ti

Não quis socorro…

 

No Morro de S. Paulo fui feliz,

Fomos amor rubro,

Intenso, enlouquecido…

Que ali se cimentou, criou raiz,

Que jamais por nós será esquecido…

 

Gil Saraiva

 

* Parte I - Paisagens ou o Sortilégio da Paixão

Livro de Poesia: Portaló - Parte I - Paisagens - IV - Bênção de Orixá

Benção de Orixá.JPG

               IV

“BENÇÃO DE ORIXÁ”

 

Lá do alto, mirando,

Vimos o oceano,

Pelas ondas,

Nos cumprimentando,

Com luvas de espuma alva,

Qual polidez gentil de anfitrião…

E nós agradecemos,

Acenando,

Felizes pela doce receção.

 

As nuvens se agitaram de alegria,

Fazendo chuva morna,

Em cortesia…

Em torrentes de água cristalina,

Lavando o solo e a paisagem,

Que o Sol secou,

Como rotina,

Em raios de ouro e areia,

Das praias, das dunas,

Dos caminhos,

Qual convite ao namoro

Em Lua Cheia,

Que entre nós chegará

Com mil carinhos….

Porque é bonito amar sem oxalá

Qual bênção divina de orixá.

 

Gil Saraiva

 

* Parte I - Paisagens ou o Sortilégio da Paixão

Livro de Poesia: Portaló - Parte I - Paisagens - II - Bahia

Bahia.JPG

     II

 

“BAHIA”

 

Há quem diga que o céu

Pode esperar…

Neste momento meu,

Basta ficar

Mais perto,

Mais certo

Desse paraíso, por fim,

Localizar…

Terra sagrada onde Eva

Viu Adão,

Sonhos que a vida leva

Num rio de paixão…

 

Vamos

Para o sonhado mundo

Da nossa imaginação.

Iniciamos, lá do fundo,

A viagem final com um sorriso,

Por que é bom

Viajar para o paraíso…

 

Primeiro a Via Láctea,

Galáxia nossa

no Universo imenso…

Uma vez localizada

Procurar a agulha no intenso

Palheiro celestial

E, quando encontrada,

Desvendar por fim o Sistema Solar,

Berço do nosso bem,

Do nosso mal,

Coisa nossa,

Casa, terra, lar…

 

Depois…

Depois o Sol, os Planetas…

Olha a Terra… oceanos, continentes…

Paz e guerra…

E finalmente,

Já focando os trópicos,

Bem na nossa frente,

Mais perto,

Mais à vista, mais concreto,

Avistar o triângulo sul-americano,

Ouvir o leopardo, a harpia

E o tucano…

 

Solos de Vera Cruz,

Solo brasileiro,

Que Portugal, há tempos,

Viu primeiro…

 

Avistar, agora, bem mais perto

O azul e verde da Bahia,

Imagem inversa do deserto,

De mata atlântica,

Que vibra de harmonia…

Terra brilhando plena

À luz do Astro Rei,

Joia maior que descrever nem sei…

 

Eis, ali, na nossa frente,

A sagrada Bahia,

Finalmente…

Imagem venerada

Que se guarda, qual tesouro,

Que brilha mais que o ouro,

Num verde e azul por si só tão reluzente…

 

E quase gemo de prazer e depois grito:

“- Amor, caramba! Isto é Bahia

E é tão bonito!”

 

Gil Saraiva

 

* Parte I - Paisagens ou o Sortilégio da Paixão

 

Livro de Poesia: O Próximo Homem (Segunda Edição) - Cai o Medo - IX

Cai o Medo.jpg

      IX

 

"CAI O MEDO"

 

Cai o medo na cidade
E chamam-lhe noite.

Porém,
O Sol sorri ao Povo intimidado,
Mas para os que tremem
No calor
O eclipse aparente não existe
Pois, pura e simplesmente
Já estão cegos...

E para todos eles
As Trevas são reais...


Cegos de medo,
Sedentos de conforto e segurança,
Amantes do estável e do firme
Porque nada mais há de tão hipnótico...

Eles:
Cegos, sedentos e amantes,
São os condutores
Da noite eterna...

"- O Sol só queima o corpo,
Eu nunca o vi brilhar
Na minha alma..."

Parecem dizer as bocas mudas,
Fechadas na noite,
Cariadas de vontade própria...

Cai o medo na cidade
E chamam-lhe silêncio...

Ninguém ouve, ali, agora,
Os gritos dos amordaçados,
Calados pelo estômago,
Apagados no marasmo da noite
E do silêncio...

Cai o medo na cidade
Mas ninguém, ninguém,
Mesmo ninguém
O parece sentir...

No fundo
Todos somos autistas,
Na noite e no silêncio,
Do vil quotidiano...

O medo não vem no dicionário
É mero gene transmitido...

"- Antes sobreviver do que viver..."

Pensamos todos nós
Sem repararmos
Que o nosso pensamento é viciado...

Somos filhos da noite
E do silêncio...

Cai silenciosa a noite na cidade
E ninguém,
Mesmo ninguém repara
Pois só caiu de noite
E em silêncio...

 

Gil Saraiva

 

 

 

Livro de Poesia - Quimeras de Quimera II: O Julgamento

O Julgamento.jpg

"O JULGAMENTO"

 

Juntem-se as águas já sob esses céus,

E a Morte tape a fria face crua,

Que o Sol se esconda por detrás da Lua,

Que lá no alto Olimpo trema Zeus...

 

No julgamento já nem falta um deus;

O cansado Mercúrio apenas sua;

Vénus observa feminina e nua

E agora se aproximam os dois réus...

 

O Amor vai ser julgado, e por Dante,

Que no inferno tem associados,

Eu, se este tribunal tem o desplante

 

De condenar os dois apaixonados,

Peço a Cristo que logo, nesse instante,

P’la morte acabe então com tais jurados!

 

Gil Saraiva

Livro de Poesia - Quimeras de Quimera II: Sombras

Sombras.jpg

"SOMBRAS"

 

As sombras desse imenso castanheiro,

Retiram deste solo o sol que quente

Aquece as casas, animais e gente,

Inverno, primavera, o ano inteiro.

 

As sombras, deste sólido mosteiro,

Apagam o brilhar do afluente

Que se arrastando, só, assim tão crente,

Inveja um soalheiro, além, ribeiro...

 

As sombras negras, soltas na cidade,

Vão devorando o verde natural...

Ah! Só a tua sombra é liberdade,

 

A sombra do teu ser não tem igual,

Pois nela se protege a felicidade

Deste meu simples ser, sentimental.

 

Gil Saraiva

Livro de Poesia - Quimeras de Quimera II: Aqui

Fuzeta.jpg

"AQUI"

 

Aqui, na praia, voam as gaivotas;

Bate de leve o mar azul na areia;

Neste arbusto uma aranha tece a teia;

No horizonte navios cruzam rotas...

 

Na ponte, uns amadores pescam botas;

Por todo o lado, o quente Sol passeia

E só se quebra a calma cá na aldeia,

Quando os jovens ensaiam suas motas.

 

No ar sente-se o cheiro a maresia,

Cheira nas tascas a sardinha assada,

A marisco apanhado nesta ria.

 

Em toda a parte há riso, gargalhada;

Só eu fico sofrendo neste dia;

Só... por sentir distante minha amada.

 

Gil Saraiva

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